
Comentamos sobre o que gostaríamos de falar no bar. Falei da minha TPM e das minhas aulas. Ele falou dos projetos de foto e da faculdade. Comparamos as agendas para ver se vai demorar muito para conversamos. Falamos de expectativas. De planos, objetivos, ânsias. Precisávamos da opinião do outro porque, às vezes, você tem dúvidas quanto às suas certezas. E é para isso que servem os amigos, né?! Para apontar o invisível que a gente ignora. Aí que eu vi que, tanto eu quanto ele, queríamos falar sobre a mesma coisa: as incertezas.
Tenho certeza que todo mundo tem uma incerteza que apetece o sorriso. Um aperto no peito antes de dormir. Ao menos uma vez por mês. Porque ninguém sabe se está mesmo no rumo certo. Às vezes você sabe. Às vezes, é uma crença e você quer mesmo que esteja certo. Às vezes é um sentimento, quase uma superstição do tipo “só pode ser”. Mas saber mesmo, sempre, ninguém sabe. E não sabe porque a vida é tentativa e erro. É aposta, é jogo. Tem hora que é forca. Tem hora que é xadrez. E nas horas em que a vida é batalha naval eu queria que ela fosse amarelinha.
Ninguém sabe o caminho para suas certezas. Ele pode passar pela Praça do Correio e te deixar num bar. Ou ela pode pegar aquele caminho pela Rio Branco e seguir reto toda a vida. Não tem motorista que dirige devagar, para que você possa reparar se está perto do ponto. Porque a vida não tem itinerário e ninguém sabe se esse ônibus é mesmo o “Praça do Correio”.