O que é beleza para você? A subjetividade desta resposta está embrenhada na formação de cada um e faz com que a diversidade seja o fator mais importante dentro da sociedade atual. Mas como fuciona isso? Por que somos tão diferentes? No desenvolvimento de uma personalidade a sua cabeça funciona como um baú, onde coloca-se apenas o que VOCÊ acha interessante e valioso, e faz com que não existam dois baús iguais, pois não existem duas pessoas que tenham vivido as mesmas coisas com a mesma intensidade e raciocínio, em nenhuma parte do universo, por isso falar sobre o conceito de beleza torna-se algo impraticável. E discutir a ferro e fogo o que me satisfaz estéticamente leva diretamente a essa frase: "o segredo do sucesso eu não sei, mas o do fracasso é tentar agradar a todos".
Usando a fotografia como parâmetro, li o ótimo texto do Ivan de Almeida, em seu blog Fotografia em Palavras, ele fala sobre o conceito da fotografia bela ou tecnicamente correta, e concordo inteiramente com a concepção da qual ele faz referência: onde simplesmente responder a questão de que a imagem é bonita não quer dizer efetivamente que ela seja ou não bela, ou mais além, não quer dizer que ela tenha algo em sua essência que seja importante.
O que deve fica claro, pelo menos para mim, no texto do nobre Ivan e nessa discussão, é que falta identidade para cada imagem produzida. Como quando me trouxeram uma revista Clix e no mesmo momento em que bati o olho, identifiquei e disse: foi o Clício Barroso que fez a capa. É esse tipo de assinatura que vejo em alguns profissionais e que falta na maioria, ou é muito complicado de reconhecer quando o retrato era de Arnold Newman? Ou quando a fotografia é de Cartier Bresson?
A discussão de beleza deve ser absolutamente colocada de lado, isso na verdade pouco importa, afinal nem sempre concordaremos sobre algo tão singular e nem vai adiantar tentar provar para mim que o seu bonito deve ser o meu bonito.
Usando ainda a fotografia como referência, entre milhares de imagens que somos submetidos todos os dias, poucas têm o formato despadronizado (exemplos de padrão na fotografia: regra do terço, padrões de iluminação, padrões de configuração de câmera e até mesmo padrões de utilização de softwares para edição de imagem, que tornam todas as fotos com o mesmo formato básico). Dentre as despadronizadas temos as que foram feitas sem o mínimo de conhecimento técnico e temos aquela que tiveram um porquê na sua elaboração e consequentemente em sua feitura.
Lendo Luz, Câmera e Ação de Edgar Moura, fica claro o motivo do problema "padrão". Lá ele menciona: "Você quer saber onde, como e quando (iluminar), e eu acho que, para se chegar lá, é preciso passar por Deus, pela lua e pelos homens. O único jeito de saber como é saber porquê...", trocando em miúdos: os novos alunos e estudiosos visam a técnica e pouco intelecto. O Twitter é um grande reflexo disso, bastam 140 caracteres para chegarmos a uma conclusão, ou passar uma idéia. Isso não quer dizer que o microblog seja uma péssima idéia, mas pode te limitar e principalmente te condicionar a uma vida de coisas breves e superficiais.
Estes dias li que não estamos mais na era da criatividade, estamos na era da relevância. Isso coloca TUDO no balde do politicamente correto e do tecnicamente perfeito. Aí você se pergunta, e daí? E eu te respondo: formando milhares ou milhões de técnicos temos apenas alguém para realizar uma determinada função, o que tem muita relevância, afinal de contas as funções têm que ser executadas. Agora vamos expandir. Seja você um fotógrafo, pintor, artista plástico, médico, engenheiro, culinarista ou qualquer que seja a profissão, se você quer realizar algo com suas características, com sua identidade, se você quer que algo feito por você seja realmente importante é necessário que se tenha, no mínimo, referências. Veja, não se trata de copiar, mas de absorver e entender como chegar até a um determinado resultado. Sabendo isso, conciliado a uma boa preparação técnica, teremos algo diferenciado.
O problema dessa história toda, e que gerou este post, é exatamente o quão superficial tem se tornado a educação e como estamos ficando condicionados a entender superficialmente de tudo. Outro dia, vi o Ed Motta falando sobre como ele é apaixonado por vinhos, por discos, por queijos... e como ele entende profundamente sobre cada assunto e ele disse: "hoje em dia parece que as pessoas vieram ao mundo a passeio".
Ele tem razão. Hoje, formam-se pessoas que durante toda uma vida serão meros apertadores de botão, e que passarão pela vida sem saber o motivo do botão estar ali.
Usando a fotografia como parâmetro, li o ótimo texto do Ivan de Almeida, em seu blog Fotografia em Palavras, ele fala sobre o conceito da fotografia bela ou tecnicamente correta, e concordo inteiramente com a concepção da qual ele faz referência: onde simplesmente responder a questão de que a imagem é bonita não quer dizer efetivamente que ela seja ou não bela, ou mais além, não quer dizer que ela tenha algo em sua essência que seja importante.
O que deve fica claro, pelo menos para mim, no texto do nobre Ivan e nessa discussão, é que falta identidade para cada imagem produzida. Como quando me trouxeram uma revista Clix e no mesmo momento em que bati o olho, identifiquei e disse: foi o Clício Barroso que fez a capa. É esse tipo de assinatura que vejo em alguns profissionais e que falta na maioria, ou é muito complicado de reconhecer quando o retrato era de Arnold Newman? Ou quando a fotografia é de Cartier Bresson?
A discussão de beleza deve ser absolutamente colocada de lado, isso na verdade pouco importa, afinal nem sempre concordaremos sobre algo tão singular e nem vai adiantar tentar provar para mim que o seu bonito deve ser o meu bonito.
Usando ainda a fotografia como referência, entre milhares de imagens que somos submetidos todos os dias, poucas têm o formato despadronizado (exemplos de padrão na fotografia: regra do terço, padrões de iluminação, padrões de configuração de câmera e até mesmo padrões de utilização de softwares para edição de imagem, que tornam todas as fotos com o mesmo formato básico). Dentre as despadronizadas temos as que foram feitas sem o mínimo de conhecimento técnico e temos aquela que tiveram um porquê na sua elaboração e consequentemente em sua feitura.
Lendo Luz, Câmera e Ação de Edgar Moura, fica claro o motivo do problema "padrão". Lá ele menciona: "Você quer saber onde, como e quando (iluminar), e eu acho que, para se chegar lá, é preciso passar por Deus, pela lua e pelos homens. O único jeito de saber como é saber porquê...", trocando em miúdos: os novos alunos e estudiosos visam a técnica e pouco intelecto. O Twitter é um grande reflexo disso, bastam 140 caracteres para chegarmos a uma conclusão, ou passar uma idéia. Isso não quer dizer que o microblog seja uma péssima idéia, mas pode te limitar e principalmente te condicionar a uma vida de coisas breves e superficiais.
Estes dias li que não estamos mais na era da criatividade, estamos na era da relevância. Isso coloca TUDO no balde do politicamente correto e do tecnicamente perfeito. Aí você se pergunta, e daí? E eu te respondo: formando milhares ou milhões de técnicos temos apenas alguém para realizar uma determinada função, o que tem muita relevância, afinal de contas as funções têm que ser executadas. Agora vamos expandir. Seja você um fotógrafo, pintor, artista plástico, médico, engenheiro, culinarista ou qualquer que seja a profissão, se você quer realizar algo com suas características, com sua identidade, se você quer que algo feito por você seja realmente importante é necessário que se tenha, no mínimo, referências. Veja, não se trata de copiar, mas de absorver e entender como chegar até a um determinado resultado. Sabendo isso, conciliado a uma boa preparação técnica, teremos algo diferenciado.
O problema dessa história toda, e que gerou este post, é exatamente o quão superficial tem se tornado a educação e como estamos ficando condicionados a entender superficialmente de tudo. Outro dia, vi o Ed Motta falando sobre como ele é apaixonado por vinhos, por discos, por queijos... e como ele entende profundamente sobre cada assunto e ele disse: "hoje em dia parece que as pessoas vieram ao mundo a passeio".
Ele tem razão. Hoje, formam-se pessoas que durante toda uma vida serão meros apertadores de botão, e que passarão pela vida sem saber o motivo do botão estar ali.
2 comentários:
A frase do Edgar Moura citada por você -que não conhecia- é ótima, e penso que resume a questão: saber porque.
Mas quantos sabem seus porquês? Talvez esse seja o grande problema humano, o desconhecimento de si que faz o homem (o fotógrafo, o cineasta, o pintor, etc) adotar como referência as referências midiáticas sem interpretá-las mais profundamente.
Grande abraço,
ivan
É como o Ed Motta disse: "hoje em dia parece que as pessoas vieram ao mundo a passeio". Não questionam e não se aprofundam em absolutamente nada.
Muito obrigado por comentar, Ivan!
Abraços,
Ronaldo
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