Nesses tempos modernos em que vivemos, aonde a televisão e o cinema comercializam, respectivamente, várias séries e filmes inspirados em mangas como Cavaleiros do Zodíaco (ou Saint Seiya), Naruto, Pokémon, e tantos outros, devemos aproveitar a oportunidade para saber como estas obras se desenvolveram e quem foram os artistas que produziram e ajudaram a trazer à luz para um estilo todo original em fazer quadrinhos, que eram feitos de forma quase que artesanal, e que se tornaram, por seus próprios méritos, diga-se de passagem, ícones da cultura pop atual.
O Mangá moderno, como nós conhecemos hoje, teve a contribuição de diversos artistas, em diferentes épocas para que esse estilo chegasse ao patamar que conhecemos hoje, mas, a oportunidade de se apreciar como esses artistas ajudaram a desenvolver os quadrinhos orientais será tema em outra coluna, até porque a análise deverá ser feita de forma bastante precisa, sem cometer deslizes, até porque, trata-se da cultura oriental, tradicionalmente hermética e as vezes até de difícil interpretação, merecendo um cuidado criterioso.
Pra começar, vamos falar na pessoa que modernizou, estruturou e divulgou esta nobre arte oriental de fazer quadrinhos, criando um padrão de trabalho que se tornou praticamente obrigatória para artistas posteriores.
O conceito do mangá moderno teve no grande mestre Osamu Tezuka o seu ícone máximo. E quem é esse mestre? Bem, Osamu Tezuka, só para ser ter uma idéia, foi criador, entre outros de mangás muito famosos como Kimba – o Leão Branco, Don Drácula, a Princesa e o Cavaleiro e Astro Boy, cujo mangá está sendo adaptado para o cinema, pelo estúdio Imagi e tem entre os seus dubladores, alguns atores bem famosos como Nicolas Cage, Donald Sutherland, e Bill Nighy, entre outros, e tem estréia prevista para 2010, mas isso já é a grama do vizinho e eu não vou dar palpite. rs
O mangá é um gênero da literatura japonesa que tem sua origem no período conhecido como Nara, mais ou menos no século VIII d. C. Eram uma associação de pinturas com textos que contavam, de forma simbiótica, uma história cuja narrativa se desenvolvia de acordo com o desenrolar do texto, que era conhecido como Emakimono, e o primeiro das obras dessa estirpe é o E Inngá Kyô (imagem abaixo).
Posteriormente, no período Edo, os pergaminhos foram substituídos por livros, cujos desenhos eram criados para a ilustração de romances e poesias. A forma atual dos Mangás surgiu no início do século XX, sob a influência das revistas comerciais ocidentais que provinham dos Estados Unidos e da Europa.
Osamu Tezuka, resumidamente, é considerado o Walt Disney dos quadrinhos orientais, os já famosíssimos mangás e precursor dessa onda atual que hoje conhecemos.
Após a ocupação americana na Segunda Grande Guerra Mundial, surge Osamu Tezuka, que influenciado por artistas do calibre de Walt Disney e Max Fleischer praticou uma verdadeira revolução, tanto em sua forma, como também em sua expressão, moldando o mangá moderno, dando-lhe vida e originalidade.
Curiosamente as características faciais dos personagens, cujos conceitos são propositalmente exagerados, tiveram nos olhos da famosíssima Betty Boop, sua inspiração máxima.
Outra característica interessante na obra de Osamu Tezuka foi a introdução do efeito de movimento nas histórias, por meio de efeitos gráficos, como as linhas que dão a sensação de velocidade e as onomatopéias que se inserem no contexto, conjuntamente, com a arte e a alternância de planos e enquadramentos muito usados no cinema. Nessa época, como as histórias se alongavam muito, essas passaram a ser dividas em capítulos, dando uma nova dinâmica para as vendas de mangás.
Osamu Tezuka também produziu em seu estúdio, o Mushi Production, a primeira séria de animação para a televisão japonesa em 1963, o famoso Astro Boy. Assim, a adaptação das histórias em quadrinhos japonesas virou de exceção à regra, graças à originalidade e criatividade empregadas por Osamu Tezuka que o possibilitaram os mais diversos temas, sendo que o seu público alvo era, na sua maioria, jovens e crianças.
Muitos são os artistas que foram influenciados pelo mangá moderno, criando obras ímpares em seus respectivos países, entre os muitos quen podemos citar, os nada mais nada menos famoso norte-americano Frank Miller, em Ronin (1983), Paul Pope criador da revista Heavy Liquid, o canadense O’Malley, autor de Lost At Sea, os franceses Frédéric Boilete e Moebius, e o brasileiro Maurício de Sousa, que por sinal, se tornou seu amigo pessoal.
Algumas de suas histórias foram publicadas aqui no Brasil, pela editora Conrad e até um museu foi criado em sua homenagem, no Japão, óbvio, que presta a devida homenagem a esse Mestre que atravessou continentes de mundo pluricultural, levando seu mangá, para o seu merecido status, qual seja, a de uma forma inovadora de fazer e criar quadrinhos.
Ao Mestre Tezuka san, com o devido respeito e carinho: Reverências, do ComTatos!
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