Primeiramente, é meu dever realizar alguns agradecimentos singelos, mas justos, a dois dos idealizadores desse blog, Ronaldo e Nathalya, pois, como eu disse uma vez, amigo é como informante, em audiência de instrução, nunca ele irá depor contra a pessoa que na verdade é seu amigo ou parente. Mas, apesar de grandes amigos, são, também, competentíssimos críticos, e, por tal razão, referidos elogios vindos de tão ilustres e gabaritados profissionais, torna imperioso que esse escriba trate esse espaço que lhe é reservado com o máximo de carinho e respeito, o que é o mínimo que deve ser feito.
E não me esqueci do meu grande amigo Roger. Uma vez, assistindo ao Show dos Racionais, em Itaquera, Mano Brown chamou Jorge Ben ( para mim é esse nome da fera e não àquela coisa de “Ben Jor”, ridículo) de Mestrão... parece brincadeira, mas não é, pois é a medida do tratamento que tal crítico é merecedor, seus texto são limpos, cultos, ou seja, tenho que aproveitar a oportunidade para aprender o máximo...não é todo dia que Péle desce do topo para ensinar a esse juvenil como chutar ao gol... agradeço e muito pelos elogios, mas é sinal de me esforçar ao máximo para não deixar a peteca cair.
E meu grande amigo Roger, com sua vasta sabedoria, me deu o mote para poder falar de não um, mas de duas lendas das histórias em quadrinhos: Neal Adans, que tratarei em momento oportunoque é Danny O’neil (eu tenho uma obra que fala da carreia dos dois, mas vou deixar para uma próxima coluna, preciso de um tempo maior para pesquisar, e eu não sou o Clark Kent, oras bolas).
Mais precisamente Danny O’neil, mas não o seu trabalho artístico e sim o de editor. O sujeito teve a sorte grande de ser tornar o editor de nada mais e nada menos do que A Piada Mortal, o que não é pouca coisa, e esta foi herdada do antigo editor da DC, outra lenda viva que é Len Wein, que se retirou após realizar um dos maiores trabalhos de toda a sua carreira, e a qual é considerada por muitos como a maior história já contada do Super-homem, escrita também por Alan Moore e achando que já tinha feito de tudo, se aposentou. Estou falando da história O Que Aconteceu com o Homem de Aço, desenhada com o brilhantismo de sempre pelo mítico Curt Swan, um dos maiores desenhistas de todos os tempos e talvez o maior artista a desenhar o Super-homem.
Para mim, mais particularmente em relação ao universo das histórias em quadrinhos que norteiam o mundo dos super-heróis, e que são, não por acaso, as que despontam com as mais vendidas, principalmente no mercado norte-americano, o maior consumidor desse tipo de entretenimento, há uma espécie de santíssima trindade que considero como modelos par aque u possa me balizar em relação as possibilidades de construção de uma analisa mais profunda e balizada no tocante aos clássicos das histórias em quadrinhos e semelhantes. Começo com Marvels de Alex Ross e Kurt Busiek, estupendo; o Reino do Amanhã, também de Alex Ross, mas agora com Mark Waid, muito acima da média e visceral; e A Piada Mortal, de Brain Bolland e Alan Moore, esse sim, um clássicasso, que influenciou muita gente boa nos quadrinhos. E olha que estou deixando muita gente boa de fora como Neil Gaiman (Sandman) e Mike Mignola, (Hell boy) para ficar somente naqueles que poderiam jogar no primeiro time em grande nível (sim, eu também faço metáforas futebolísticas). Ainda tem o grande Brian Michael Bendis, que já realizou grandes histórias como Aliás, mas, devido aos seus diversos deslizes no dito universo Ultimate, mais precisamente a saga do clone do Homem Aranha Ultimate, que foi um lixo (só de lembrar da história do clone no universo tradicional da Marvel já é de arrepiar) no qual andou dando umas escorregadas bravas, me fez rever o enorme conceito que eu tinha pelo referido profissional, mas não vou me estender muito, isso merece uma análise mais criteriosa em outra oportunidade.
Ah! Eu não sou um daqueles que rezam e comungam a cartilha do Cavaleiro das Trevas. Reconheço que é uma história muito boa, acima da média, com uma visão muita própria e especial dos personagens do universo a que se propôs em descrever. Mas não me causa nenhuma nostalgia, não corro ao primeiro sebo para procurá-la, e não acho Frank Miller isso tudo(na minha concepção, e olha que eu já li de tudo). Considero a Queda de Murdock, que é um arco das histórias do Demolidor, publicadas pela editora Marvel, e um dos seus personagens mais marcantes, disparado, o seu melhor trabalho, mas disparado. E não sou um crítico maluco, que atira para todo lado, pois considero que na sua prolífica carreira de roteirista, desenhista de histórias em quadrinhas, mais acertou do que errou (Acho América intragável).
Além disso, super-herói é para mim a acepção literal do termo, algo mítico, que realiza missões além do impossível, e é na famosa frase cunhada pelo padre Henri Martin, amigo do lendário Barão de Coubertin, o criador da Olimpíada moderna, que exprime sua principal característica, qual seja, 'Citius, Altius, Fortius' (que em grego significa 'O Mais Rápido, O Mais Alto, O Mais Forte'). E a Piada Mortal se insere nessa contexto para lá de Olímpico.
Em A Piada Mortal, Batman tem que ser o mais super possível, em contraste com a enorme loucura que cerca a história, haja vista as possibilidades e limites que destoam o ser humano, em contraste com o personagem do Coringa, o seu sofrimento, a perda de seus entes queridos, a interminável angústia, tudo isso revestido de um flagrante clichê, mas o foco narrativo é levado com tal competência que chega a ser novo. Tanto Batman quanto o coringa, que é o personagem central da trama, apresentam diversas similitudes em suas personalidades, mas isso todo crítico em quadrinhos já falou. Não, para mim, o mais interessante, e que torna a história mais saborosa de ser lida e relida é analisando todos os personagens, e seus perfis, é traumatizante constatar que a qualquer deslize, qualquer mero dissabor, qualquer acidente, seja o mais infímimo que for, pode levar uma pessoa comum a loucura, é o limiar da perplexidade e da tragédia que norteia toda a trama e é algo que o grande escritor alemão Hermann Hesse trabalha com grande genialidade em suas obras psicanalíticas.
O brilhante roteiro apresentado por que Alan Moore é a cereja no bolo, e teve o mérito de condensar em uma pequena história o quanto é ínfima a diferença entre o bem e o mau, o que, nas mãos de um roteirista menos talentoso, poderia descambar para uma bagunça sem fim, haja vista ser o tema uma tremenda areia movediça.
Por curiosidade, ou por mera coincidência, a trama me faz lembrar do filme “Um dia de Fúria” com Michael Douglas e Robert Durvall, mas isso é seara alheia, já capitaneado pelo meu grande mestre, o Roger que poderá falar de forma mais competente sobre o tema em questão.
Como já dito alhures, a um paralelo entre o crível e o incrível, o totalmente comum, e ao mesmo tempo incomum e super, ou você acha que é só nos quadrinhos que as pessoas ficam neuróticas? A Piada Mortal é a síntese do universo das histórias em quadrinhos de super-herois tal como conhecemos hoje, uma referência que dever ser lida de forma tranqüila, apreciando cada sacada inteligente.
Para encerrar, ninguém mais do que David Gibbons para falar de Alan Moore, que em poucas palavras disse que “(...)Alan escreveu algumas das mais retumbantes histórias sobre os seus personagens, tanto principais quanto secundários, que já foram imprensas. Elas vão do fantástico ao poético, passando pelo assustadoramente realista e nos permitem ter uma idéia de amplitude da escrita de Alan, seu domínio da linguagem e maestria em descrição e diálogo. Mas acima de tudo, elas mostram que a magia pode fazer parte do universo, se você realmente prestar atenção”. (Grandes Clássicos – Alan Moore – Editora Panini Comics – pagina 8).
Precisa explicar mais? Para o alto e avante...
E não me esqueci do meu grande amigo Roger. Uma vez, assistindo ao Show dos Racionais, em Itaquera, Mano Brown chamou Jorge Ben ( para mim é esse nome da fera e não àquela coisa de “Ben Jor”, ridículo) de Mestrão... parece brincadeira, mas não é, pois é a medida do tratamento que tal crítico é merecedor, seus texto são limpos, cultos, ou seja, tenho que aproveitar a oportunidade para aprender o máximo...não é todo dia que Péle desce do topo para ensinar a esse juvenil como chutar ao gol... agradeço e muito pelos elogios, mas é sinal de me esforçar ao máximo para não deixar a peteca cair.
E meu grande amigo Roger, com sua vasta sabedoria, me deu o mote para poder falar de não um, mas de duas lendas das histórias em quadrinhos: Neal Adans, que tratarei em momento oportunoque é Danny O’neil (eu tenho uma obra que fala da carreia dos dois, mas vou deixar para uma próxima coluna, preciso de um tempo maior para pesquisar, e eu não sou o Clark Kent, oras bolas).
Mais precisamente Danny O’neil, mas não o seu trabalho artístico e sim o de editor. O sujeito teve a sorte grande de ser tornar o editor de nada mais e nada menos do que A Piada Mortal, o que não é pouca coisa, e esta foi herdada do antigo editor da DC, outra lenda viva que é Len Wein, que se retirou após realizar um dos maiores trabalhos de toda a sua carreira, e a qual é considerada por muitos como a maior história já contada do Super-homem, escrita também por Alan Moore e achando que já tinha feito de tudo, se aposentou. Estou falando da história O Que Aconteceu com o Homem de Aço, desenhada com o brilhantismo de sempre pelo mítico Curt Swan, um dos maiores desenhistas de todos os tempos e talvez o maior artista a desenhar o Super-homem.
Para mim, mais particularmente em relação ao universo das histórias em quadrinhos que norteiam o mundo dos super-heróis, e que são, não por acaso, as que despontam com as mais vendidas, principalmente no mercado norte-americano, o maior consumidor desse tipo de entretenimento, há uma espécie de santíssima trindade que considero como modelos par aque u possa me balizar em relação as possibilidades de construção de uma analisa mais profunda e balizada no tocante aos clássicos das histórias em quadrinhos e semelhantes. Começo com Marvels de Alex Ross e Kurt Busiek, estupendo; o Reino do Amanhã, também de Alex Ross, mas agora com Mark Waid, muito acima da média e visceral; e A Piada Mortal, de Brain Bolland e Alan Moore, esse sim, um clássicasso, que influenciou muita gente boa nos quadrinhos. E olha que estou deixando muita gente boa de fora como Neil Gaiman (Sandman) e Mike Mignola, (Hell boy) para ficar somente naqueles que poderiam jogar no primeiro time em grande nível (sim, eu também faço metáforas futebolísticas). Ainda tem o grande Brian Michael Bendis, que já realizou grandes histórias como Aliás, mas, devido aos seus diversos deslizes no dito universo Ultimate, mais precisamente a saga do clone do Homem Aranha Ultimate, que foi um lixo (só de lembrar da história do clone no universo tradicional da Marvel já é de arrepiar) no qual andou dando umas escorregadas bravas, me fez rever o enorme conceito que eu tinha pelo referido profissional, mas não vou me estender muito, isso merece uma análise mais criteriosa em outra oportunidade.
Ah! Eu não sou um daqueles que rezam e comungam a cartilha do Cavaleiro das Trevas. Reconheço que é uma história muito boa, acima da média, com uma visão muita própria e especial dos personagens do universo a que se propôs em descrever. Mas não me causa nenhuma nostalgia, não corro ao primeiro sebo para procurá-la, e não acho Frank Miller isso tudo(na minha concepção, e olha que eu já li de tudo). Considero a Queda de Murdock, que é um arco das histórias do Demolidor, publicadas pela editora Marvel, e um dos seus personagens mais marcantes, disparado, o seu melhor trabalho, mas disparado. E não sou um crítico maluco, que atira para todo lado, pois considero que na sua prolífica carreira de roteirista, desenhista de histórias em quadrinhas, mais acertou do que errou (Acho América intragável).
Além disso, super-herói é para mim a acepção literal do termo, algo mítico, que realiza missões além do impossível, e é na famosa frase cunhada pelo padre Henri Martin, amigo do lendário Barão de Coubertin, o criador da Olimpíada moderna, que exprime sua principal característica, qual seja, 'Citius, Altius, Fortius' (que em grego significa 'O Mais Rápido, O Mais Alto, O Mais Forte'). E a Piada Mortal se insere nessa contexto para lá de Olímpico.
Em A Piada Mortal, Batman tem que ser o mais super possível, em contraste com a enorme loucura que cerca a história, haja vista as possibilidades e limites que destoam o ser humano, em contraste com o personagem do Coringa, o seu sofrimento, a perda de seus entes queridos, a interminável angústia, tudo isso revestido de um flagrante clichê, mas o foco narrativo é levado com tal competência que chega a ser novo. Tanto Batman quanto o coringa, que é o personagem central da trama, apresentam diversas similitudes em suas personalidades, mas isso todo crítico em quadrinhos já falou. Não, para mim, o mais interessante, e que torna a história mais saborosa de ser lida e relida é analisando todos os personagens, e seus perfis, é traumatizante constatar que a qualquer deslize, qualquer mero dissabor, qualquer acidente, seja o mais infímimo que for, pode levar uma pessoa comum a loucura, é o limiar da perplexidade e da tragédia que norteia toda a trama e é algo que o grande escritor alemão Hermann Hesse trabalha com grande genialidade em suas obras psicanalíticas.
O brilhante roteiro apresentado por que Alan Moore é a cereja no bolo, e teve o mérito de condensar em uma pequena história o quanto é ínfima a diferença entre o bem e o mau, o que, nas mãos de um roteirista menos talentoso, poderia descambar para uma bagunça sem fim, haja vista ser o tema uma tremenda areia movediça.
Por curiosidade, ou por mera coincidência, a trama me faz lembrar do filme “Um dia de Fúria” com Michael Douglas e Robert Durvall, mas isso é seara alheia, já capitaneado pelo meu grande mestre, o Roger que poderá falar de forma mais competente sobre o tema em questão.
Como já dito alhures, a um paralelo entre o crível e o incrível, o totalmente comum, e ao mesmo tempo incomum e super, ou você acha que é só nos quadrinhos que as pessoas ficam neuróticas? A Piada Mortal é a síntese do universo das histórias em quadrinhos de super-herois tal como conhecemos hoje, uma referência que dever ser lida de forma tranqüila, apreciando cada sacada inteligente.
Para encerrar, ninguém mais do que David Gibbons para falar de Alan Moore, que em poucas palavras disse que “(...)Alan escreveu algumas das mais retumbantes histórias sobre os seus personagens, tanto principais quanto secundários, que já foram imprensas. Elas vão do fantástico ao poético, passando pelo assustadoramente realista e nos permitem ter uma idéia de amplitude da escrita de Alan, seu domínio da linguagem e maestria em descrição e diálogo. Mas acima de tudo, elas mostram que a magia pode fazer parte do universo, se você realmente prestar atenção”. (Grandes Clássicos – Alan Moore – Editora Panini Comics – pagina 8).
Precisa explicar mais? Para o alto e avante...
4 comentários:
Desculpe o trocadilho, mas quem pode achar o Coringa uma carta fora do baralho depois dessa história? Ele é e sempre será o oxigêncio do Batman. Enquanto um existir o outro também viverá!
E viva o cara de motoqueiro de um drinque no inferno: Alan Moore!
Foi tão bom seu post que acabei esquecendo de parabenizar!!! Clap Clap Calp!
HAHAHA Alan Moore, um personagem de Quentin Tarantino? Boa Pedida...
Excelente Post!
Lendo seu texto lembrei de uma passagem de Watchmen (também de Alan Moore), em que ele diz que o Coringa e o Comediante são dois personagens parecidos, pois os dois fazem piadas cheias de sarcasmos para interpretar a realidade. Afinal de contas, a loucura não passa de uma interpretação da verdade, ou eu estou ficando louca?
Não tem problema, de louco todo mundo tem um pouco.
Outro ótimo texto e com um detalhe que, na minha opinião, mostra quando alguém entende mesmo do riscado: derrocar mitos. Dizer que Frank Miller não é isso tudo indica não só coragem para levantar polêmica, mas também conhecimento de causa e opinião de personalidade. Gosto disso. Mas, você já leu Ronin, do Miller? Acho Ronin incrível e, talvez, superior a Cavaleiro das Trevas. Polêmica!!!!! hahahaha... Quanto aos elogios, francamente, puro exagero. Mas obrigado pela alta estima, que é inteira e sinceramente recíproca.
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