Maddie Hayes e David Addison. Esses são os culpados pelo início da minha paixão por seriados de TV. Quem tem mais de 20 anos, provavelmente se lembra de um dos seriados de maior sucesso aqui no Brasil numa época em que continuidade e respeito pelo telespectador por parte dos canais de televisão era um sonho distante.
A Gata e o Rato (Moonlighting) conta a história de uma modelo famosa (Maddie, interpretada por Cybill Shepherd) que leva um golpe de seu empresário e se vê à beira da falência. De seu patrimônio resta apenas a agência de investigações City of Angels. Diante de sua grave situação financeira, Maddie decide vender a empresa, que em seus três anos de operações nunca lhe rendera lucro algum, servindo apenas para obter descontos no imposto de renda. Ao visitar o escritório para comunicar sua decisão ao detetive encarregado do local, Maddie se depara com David Addison (Bruce Willis). Cínico, pretensioso e metido a garanhão, David não impressiona Maddie como pessoa, investigador e muito menos com suas tentativas de flerte. Esse primeiro encontro desastroso termina com David ofendendo Maddie que por sua vez lhe dá um tapa na cara. O que acontece a seguir é uma série de tentativas por parte de David para convencer Maddie a se juntar a ele na agência. É numa dessas tentativas que o nome da agência passa a ser Lua Azul (nome da linha de xampús pela qual Maddie ficou conhecida). Depois de muitas brigas e aventuras, ela finalmente cede e a partir daí David e Maddie passam a trabalhar em casos que íam de assassinatos a infidelidade conjugal e a agência pouco a pouco começa a funcionar como deveria e a conseguir novos casos.
No entanto, não são os casos e investigações a maior atração da série. As constantes brigas e tensão sexual entre os sócios são o tempero e o que realmente atraía o público. A química entre eles era inegável e o diálogo rápido e repleto de nuances e insinuações cativava e entretia sua audiência. Adicione-se aí a divertida Agnes Topisto com suas rimas e indiscrições e temos uma combinação de sucesso.
A crítica também foi conquistada pela inteligência discreta e muitas vezes despercebida da série. A Gata e o Rato não se limitava a gêneros e a convenções adotadas pela TV de então. Além disso, usava e abusava da metalinguagem. Em muitos episódios, os atores falavam diretamente com o público, ou deixavam o personagem, usando seus próprios nomes durante as cenas; era possível ver o cenário de gravações e equipe de filmagem, que chega a aparecer cantando uma música natalina durante 'O Episódio de Natal' (Twas the Episode Before Christmas) na segunda temporada.
A série usava tão bem da mistura entre mistério, drama, romance e comédia que era difícil categorizá-la, ficando conhecida como a primeira dramedy (drama+comédia). Para se ter uma idéia, ela foi a primeira sére a receber indicação de melhor direção em seriado tanto de drama quanto de comédia nos anos de 1986 e 1987 pelo Directors Guild of America. Para o Emmy, a série era sempre indicada na categoria drama, já o Golden Globes a classificava como comédia. Falando em premiações, a série recebeu inúmeras indicações e rendeu ao ator Bruce Willis o Emmy e Golden Globes de 1987 e à Cybill Shepherd os Golden Globes de 1986 e 1987. Até a música tema Moonlighting de Al Jarreau foi indicada ao Grammy em 1988.
Se nas telas A Gata e o Rato era muito bem sucedida, o mesmo não se podia dizer de seus bastidores. Desentendimentos entre os atores e produção (que culminou com a saída do criador da série Glenn Gordon Caron), a gravidez de Cybill Shepherd e a nova carreira cinematográfica de Bruce Willis foram alguns dos motivos que levaram à perda de qualidade em suas duas últimas temporadas e ao cancelamento da série. Existem rumores, o mais recente do começo desse ano, de que A Gata e o Rato poderia virar um filme e que ambos os atores estaria dispostos a fazê-lo, mas por enquanto não há nada de concreto.
Sem dúvida, uma das mais inovadoras e bem sucedidas séries de TV, ao completar 20 anos de cancelamento, A Gata e o Rato ainda é lembrada com carinho pelos fãs.
Onde assistir?
Atualmente a série não está na grade de nenhum canal de TV, mas o canal a cabo TCM prometeu voltar a exibi-la esse ano.
No Brasil estão disponíveis as 4 primeiras temporadas em DVD.
Por onde anda?
Bruce Willis: blockbusters
Cybill Shepherd: pequenas participações em seriados de TV
Glen Gordon Caron (criador): série Medium
Curiosidades:
- Não existe confirmação por parte de Glenn Gordon Caron, mas acredita-se que a série teria sido inspirada no filme "His Girl Friday" de 1940, estrelado por Rosalind Russel e Cary Grant.
- algumas das participações especiais de peso são Orson Welles (A Seqüência do Sonho/The Dream Sequence Always Rings Twice), Whoppi Goldberg (Camile/Camille), Pierce Brosnan (Encrenca em Profusão/The Straight Poop) e Don King (Sinfonia e Pancadaria/Symphony in Knocked Flat).
Dados técnicos:
Duração: 5 temporadas (1985-1989)
Total de episódios: 67
Elenco principal:
Madeline 'Maddie' Hayes: Cybill Shepherd
David Addison: Bruce Willis
Agnes Topisto (ou no original Agnes Dipesto): Allyce Beasley
Bert Viola: Curtis Armstrong
A Gata e o Rato (Moonlighting) conta a história de uma modelo famosa (Maddie, interpretada por Cybill Shepherd) que leva um golpe de seu empresário e se vê à beira da falência. De seu patrimônio resta apenas a agência de investigações City of Angels. Diante de sua grave situação financeira, Maddie decide vender a empresa, que em seus três anos de operações nunca lhe rendera lucro algum, servindo apenas para obter descontos no imposto de renda. Ao visitar o escritório para comunicar sua decisão ao detetive encarregado do local, Maddie se depara com David Addison (Bruce Willis). Cínico, pretensioso e metido a garanhão, David não impressiona Maddie como pessoa, investigador e muito menos com suas tentativas de flerte. Esse primeiro encontro desastroso termina com David ofendendo Maddie que por sua vez lhe dá um tapa na cara. O que acontece a seguir é uma série de tentativas por parte de David para convencer Maddie a se juntar a ele na agência. É numa dessas tentativas que o nome da agência passa a ser Lua Azul (nome da linha de xampús pela qual Maddie ficou conhecida). Depois de muitas brigas e aventuras, ela finalmente cede e a partir daí David e Maddie passam a trabalhar em casos que íam de assassinatos a infidelidade conjugal e a agência pouco a pouco começa a funcionar como deveria e a conseguir novos casos.
No entanto, não são os casos e investigações a maior atração da série. As constantes brigas e tensão sexual entre os sócios são o tempero e o que realmente atraía o público. A química entre eles era inegável e o diálogo rápido e repleto de nuances e insinuações cativava e entretia sua audiência. Adicione-se aí a divertida Agnes Topisto com suas rimas e indiscrições e temos uma combinação de sucesso.
A crítica também foi conquistada pela inteligência discreta e muitas vezes despercebida da série. A Gata e o Rato não se limitava a gêneros e a convenções adotadas pela TV de então. Além disso, usava e abusava da metalinguagem. Em muitos episódios, os atores falavam diretamente com o público, ou deixavam o personagem, usando seus próprios nomes durante as cenas; era possível ver o cenário de gravações e equipe de filmagem, que chega a aparecer cantando uma música natalina durante 'O Episódio de Natal' (Twas the Episode Before Christmas) na segunda temporada.
A série usava tão bem da mistura entre mistério, drama, romance e comédia que era difícil categorizá-la, ficando conhecida como a primeira dramedy (drama+comédia). Para se ter uma idéia, ela foi a primeira sére a receber indicação de melhor direção em seriado tanto de drama quanto de comédia nos anos de 1986 e 1987 pelo Directors Guild of America. Para o Emmy, a série era sempre indicada na categoria drama, já o Golden Globes a classificava como comédia. Falando em premiações, a série recebeu inúmeras indicações e rendeu ao ator Bruce Willis o Emmy e Golden Globes de 1987 e à Cybill Shepherd os Golden Globes de 1986 e 1987. Até a música tema Moonlighting de Al Jarreau foi indicada ao Grammy em 1988.
Se nas telas A Gata e o Rato era muito bem sucedida, o mesmo não se podia dizer de seus bastidores. Desentendimentos entre os atores e produção (que culminou com a saída do criador da série Glenn Gordon Caron), a gravidez de Cybill Shepherd e a nova carreira cinematográfica de Bruce Willis foram alguns dos motivos que levaram à perda de qualidade em suas duas últimas temporadas e ao cancelamento da série. Existem rumores, o mais recente do começo desse ano, de que A Gata e o Rato poderia virar um filme e que ambos os atores estaria dispostos a fazê-lo, mas por enquanto não há nada de concreto.
Sem dúvida, uma das mais inovadoras e bem sucedidas séries de TV, ao completar 20 anos de cancelamento, A Gata e o Rato ainda é lembrada com carinho pelos fãs.
Onde assistir?
Atualmente a série não está na grade de nenhum canal de TV, mas o canal a cabo TCM prometeu voltar a exibi-la esse ano.
No Brasil estão disponíveis as 4 primeiras temporadas em DVD.
Por onde anda?
Bruce Willis: blockbusters
Cybill Shepherd: pequenas participações em seriados de TV
Glen Gordon Caron (criador): série Medium
Curiosidades:
- Não existe confirmação por parte de Glenn Gordon Caron, mas acredita-se que a série teria sido inspirada no filme "His Girl Friday" de 1940, estrelado por Rosalind Russel e Cary Grant.
- algumas das participações especiais de peso são Orson Welles (A Seqüência do Sonho/The Dream Sequence Always Rings Twice), Whoppi Goldberg (Camile/Camille), Pierce Brosnan (Encrenca em Profusão/The Straight Poop) e Don King (Sinfonia e Pancadaria/Symphony in Knocked Flat).
Dados técnicos:
Duração: 5 temporadas (1985-1989)
Total de episódios: 67
Elenco principal:
Madeline 'Maddie' Hayes: Cybill Shepherd
David Addison: Bruce Willis
Agnes Topisto (ou no original Agnes Dipesto): Allyce Beasley
Bert Viola: Curtis Armstrong
2 comentários:
Essa série era demais!
Mandou Bem!!!
Bruce Willis tem o selo do Inmetro, apareceu o cara, é qualidade garantida!
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