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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

É só dessa vez...

Quando você fura uma fila, só para levar vantagem, não pensa no quanto isso faz mal para uma sociedade. Você provavelmente já vivenciou ou presenciou alguma ocasião em que alguém tira proveito de uma situação por ter alguém conhecido ou por ter uma grana a mais para ter privilégio.
Nosso desvio de caráter é tamanho que ao ver situações como essa achamos comum e não nos importamos. Isso faz parte de uma sociedade que dá valor a resolver as coisas com o "jeitinho brasileiro", ou seja, da forma menos burocrática. Muito se deve ao nosso sistema emperrado que faz com que cada vez mais as "facilidades" tomem a vez daqueles que enfrentam filas de espera.
A auto-estima do brasileiro deve ser elevada, afinal de contas todos nós nos achamos importantes o suficiente para termos vantagens em qualquer situação. Mas o que nos diferencia hoje deveria ser o que nos iguala, ou seja, deveríamos ser éticos e respeitar o direito dos outros. O termo ética vem sendo esquecido e negligenciado na boca dos hipócritas.
O fato é que não medimos as conseqüências de uma atitude, lendo uma reportagem Super interessante, da revista que leva esse nome, me deparei com uma situação que pode acontecer com qualquer um. A reportagem desse mês fala sobre os presídios e o sistema carcerário do país, por toda a matéria fica claro que há pessoas tentando tirar proveito, mas o que mais chama a minha atenção é iniciar com um relato de um homem de classe média, pai de família, que ao tentar manipular o sistema e evitar tomar multa e tão pouco se privar de usar o seu veículo, modifica a placa de seu carro.
O desfecho é bem simples, ele se depara com uma blitz policial e foge. Mais adiante é preso por falsidade ideológica (adulteração da placa) e resistência a prisão (fuga). Se tivesse levado a multa teria pago por volta de 150 reais, mas teve que pagar quase a mesma coisa pra poder não dormir perto da privada da cela onde ficou.
Se você assistiu ao muito bom filme O Gângster deve ter notado que a maior piada do filme foi um investigador, em meio a toda corrupção, devolver HUM MILHÃO de DÓLARES, pelo simples fato, de como ele mesmo diz: "era o mais certo a fazer".
E então, será que vale a pena desviar do seu caráter?
Eu prefiro seguir meu caminho sem cruzar o de ninguém.


sábado, 23 de fevereiro de 2008

Meu povo não vá simbora...

Se tem algum legado dos Jogos Panamericanos, ao menos para mim, foi um grupo musical que conheci na abertura do Pan.

É um grupo que surgiu do Teatro e que faz música a partir de vários ritmos africanos e de descendência lusitana. O que se vê é uma mistura ritmos, danças e balanços que poucos sabem como se dança, mas que empolga quem assiste.

Esse grupo, assim como tantos outros, faz mais sucesso fora do Brasil e já recebeu dezenas de prêmios na Europa. Também gravou um DVD da MTV em 2005 na casa das caldeiras.

Apesar disso, é um grupo que não obtem espaço na mídia, mais interessada nas curvas de Cláudia Leitte e nas fraquíssimas músicas criadas por Wanessa Camargo e por outros pseudo-artistas desse Brasil varonil.

O Cordel do Fogo Encantado, mostra como é a música brasileira. É pura, tem conteúdo e mostra a cara do povo.

Nada de Wanessas à la J. Lo ou de Sandy´s fazendo jeitinho de Britney Spears santinha. O negócio é valorizar quem faz música de verdade.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sarcasmo no receituário


Há quem diga que excesso de sinceridade é grosseria. Sendo assim, diversas pessoas diluem a dose de veracidade e moderam o linguajar ao se expressar. É como diz o velho ditado chinês: “Se precisar disparar a flecha da verdade, primeiro molhe a sua ponta no mel”. É assim que acontece com todo mundo, certo?
Errado. O seriado House mostra exatamente o oposto do modelo ideal de convívio social.

O personagem principal da série é o grande filho da puta, digo, hilariante Dr. Gregory House, interpretado pelo ator Hugh Laurie (aquele que fez o pai do ratinho Stuart Little nos cinemas, lembra? Incrível, não?!)

House é um médico um tanto amargurado, rude e muitas vezes até cruel, mas nenhum destes adjetivos tiram o talento e o reconhecimento de ser o melhor médico do hospital (ou do mundo), o que o torna digno do respeito e da admiração de todos.

O “cretino” Dr. House tem como confidente o amável Dr. James Wilson, um tipo de anjinho conselheiro, interpretado por Robert Sean Leonard, ator de Sociedade dos Poetas Mortos. Wilson é um especialista em oncologia que sempre aconselha House quando o encapetado médico se depara com alguns dilemas.

A equipe de médicos comandada pelo Dr. House é formada pela imunologista Dra. Allison Cameron (Jennifer Morrison), pelo neurologista Dr. Eric Foreman (Omar Epps, de “ER”), e pelo Dr. Robert Chase (Jesse Spencer). House é um médico que faz qualquer coisa, e até extrapola certos limites, para salvar a vida de seus pacientes, e por isso conquista tantos admiradores.

Mas o que faz a série House roubar a cena é o sarcasmo ácido com o qual o Dr. Gregory House trata os seus pacientes, amigos, subordinados e até mesmo a chefe do hospital, a Dra. Cuddy.

Já imaginou chamar a chefe de egoísta e se negar a preencher formulários porque esta com preguiça? Pois bem, House faz isso com a naturalidade de quem diz “com licença”, “por favor” e “obrigada”.

House faz o que qualquer um de nós tem vontade de fazer quando está sem paciência para lidar com situações chatas. Ele dá respostas irônicas a todo o momento, seja para quem for. Ele provoca a todos gratuitamente só para massagear o enorme ego que tem. E ele se diverte muito com isso. Dr. House, é solitário, injusto, grosso e teimoso, mas isso é apenas uma atitude de auto preservação. Mas, afinal, o que House procura?

Ele responde:
- Amor, carinho, atenção, rendimentos bancários...

Às vezes eu tenho inveja desse cara. Ele é um cara como qualquer um de nós, o detalhe é que ele vive sem medo de ousar, não engole sapo de ninguém, é autentico e usa a tolerância zero em doses cavalares diariamente.
Ver um episódio de House é ter uma aula de sacadas irônicas e frases de efeito (artimanhas eu adoro), além de ser hilariante. Muito diferente da maioria das series de tv (das quais eu nunca fui muito fã), cheias de desavenças de amor, lágrimas e desencontros, House tem um roteiro inteligente e personagens interessantes, que acima de qualquer circunstância se toleram e se ajudam, mesmo sendo sacaneados uns pelos outros, e principalmente pelo admirável chefe turrão.

Abaixo um video irreverente do Hugh palhaço Laurie




Um pouco de humor...

A culpa é do Fidel!

Surgem em todos os Jornais:

Fidel Castro renuncia, após 49 anos em Cuba, declara o Estado de S. Paulo.

Fidel renuncia após 49 anos, informa a Folha de S. Paulo.

Fidel pede para sair, exclama o “engraçadinho” Destak.

Mas o que um senhor já com muita idade e que estava afastado do poder há alguns anos desperta tanta curiosidade e tanta informação?

Simples, Fidel é o único grande mito ainda vivo. Sua representação para a história se equivale ao dos grandes ditadores e líderes políticos mundiais. Se fossemos comparar com a realidade brasileira, ele seria um JK ou Getúlio Vargas que foram ícones políticos de uma nação.

Não entrarei no mérito do legado que ele deixa para Cuba, pois sei que cada um enxerga de uma maneira o que ele fez para aquele povo. Uns argumentam que a revolução na Saúde e educação mostra que o socialismo é a melhor coisa, outros dizem que o embargo sofrido deixa a população em estado de miséria, que o melhor a fazer é abrir as fronteiras para o investimento americano.

Fato é que cada um tem suas ideologias...

O mais interessante é como Fidel conseguiu se manter durante tanto tempo no poder com um modelo que se mostrou fracassado pela URSS durante a guerra fria e mesmo com o embargo que os EUA promoveram, ele manteve-se forte e com um aura de único guerreiro anti-yankee, até a chegada do chavismo na Venezuela. Chávez que é o principal investidor cubano atualmente. Por este detalhe, Fidel merece ser louvado, pois com uma nação pequena e insignificante do ponto de vista mundial conseguiu colocar de quatro a nação mais poderosa do planeta em diversas oportunidades.

Acenda um charuto para Fidel e o aplauda, pois ele merece!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Boogie´n Roll

Na sua festa de Natal tinha que tipo de música? Na minha, ainda bem, tinha Funk e R&B americano. Calma, que esse funk nada tem a ver com o bonde do Tigrão, ou a dança da motinho. Eu ouvia de James Brown a Imagination, passando por Barry White. Minha infância foi influenciada musicalmente pela famosa fase Disco da década de 70, que eu, por motivos óbvios, não pude vivenciar.
Os anos 70 influenciaram muita gente, principalmente por causa de um filme que John Travolta estrelou, e que é um ícone cinematográfico, OS EMBALOS DE SÁBADO A NOITE (Saturday Night Fever, 1977).
Jamiroquai é uma das bandas que tem um pé na Boogie Wonderland, tem forte marcação de baixo e completa o arranjo com muitos elementos sonoros, que lembram uma mistura de KC and Sunshine Band e Chic. O grande Ed Motta, que sou fã, já disse que foi influenciado por Earth Wind and Fire.
Preciso lembrá-los e aproveitar pra puxar a sardinha pra minha preferida: Earth Wind and Fire vem para o Brasil e faz um show nesta sexta-feira na Via Funchal. Essa banda que você pode nunca ter ouvido falar tem sucessos como September e Let´s Groove, que você também não deve fazer a mínima idéia do que seja, mas se você ouvir vai saber na hora. Começou em 1969 e até hoje coleciona alguns bons números: 80 milhões de disco vendidos, ganhou 40 Music American Awards, 7 Grammys além 22 indicações ao mesmo prêmio. Esta era teve algumas características muito marcantes que são muito visíveis na atualidade: Calça boca de sino, passinhos na pista de dança, cabelos Black power... Os bailes tomaram grande proporção nessa época, e se você vai à Vila Olímpia hoje deveria agradecer a esses caras. Aposto que se nada disso tivesse acontecido ainda iríamos a algum clube para ouvir Ray Conniff e sua orquestra. Sendo assim, algo mudou depois da Disco Music.
Sou Roqueiro convicto, mas em minhas veias correm muita música negra.

Se eu não te digo, você não vai saber...

Amigos, estava eu pensando com meu Tico e Teco em um desses nossos momentos reflexivos...

Até que, do nada, me vem a cabeça: o que seria o nosso maior DOM. O que nos diferencia de um cachorro, gato, lebre, cavalo ou uma cobra?

Uns podem pensar, mas é claro que é a inteligência, nós podemos criar coisas, pensar na vida, entender um jogo de futebol e eles não conseguem fazer isso.

De certa forma faz sentido, mas, inteligência não seria algo relativo? Não é algo baseado em PRÉ conceitos?

Algumas outras argumentam que é o formato de nossas mãos, outros dizem que é porque conseguimos andar eretos e com apenas duas patas(pés), e mais alguns podem ainda exclamar que nossa maior virtude é ter cinco sentidos bem definidos.

Só que ao avaliarmos essas virtudes, logo percebemos que elas não significam muito, pois, podemos ser melhor em algo, mas logo somos piores em outros...


Mas vocês já pensaram em que tudo nesse planeta circula em torno de uma única forma?

Explico:

Você já tentou ficar um dia sem falar com ninguem? Conseguiu? Como se sentiu após isso?

Já perceberam qual é a principal aflição dos encluaurados, sejam eles no BBB ou nas cadeias deste Brasil?

Já ficou uma semana sem acessar seus e-mail? E aí, se estressou com isso?

Deixou de comprar um jornal, ou assitir TV por um mês? Se manteve bem informado após isso?

Pois é, quer tentar?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Se quer saber, Leia!

Antes de conversarmos leiam isso:

Do It
Lenine
Composição: Lenine/Ivan Santos


Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, agüenta
Se pediu, agüenta...

Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Não tá bom, melhora...

Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite...

Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Use sua chance...

Hê Hô, Hum! Nanananã!
Hê Hô, Hum! Nanananã!
Hê Hô, Hum! Nanananã!
Hê Hô!, Hum!...

Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre
Corra atrás da lebre...

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure
Quer saber, apure...

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele...

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta
Não se submeta...

Ao ouvir essa música fiquei encafifado. São muitos os motivos que temos pra fugir do óbvio, do simples, do inevitável. Às vezes me pergunto se temos a capacidade de avaliar realmente os fatos, afinal de contas é muito comum ouvir falar de gente que tomou a decisão errada, mas não por desconhecimento, e sim por total falta de coerência.
Eu, você, sua mãe e todo o resto da humanidade temos sim a capacidade de complicar e isso leva a um total colapso nas mais diversas área da vida.
A vida é passar por dilemas certo? Você tem sempre que escolher que horas acordar, que roupa vestir, que profissão ter, que tipo de amor quer viver. Sendo assim, por que não facilitar? Por que não fazer a escolha mais coerente?
Cheguei a uma conclusão: temos medo de mudanças. Mudar geralmente está ligado a dificuldades e adaptações que geralmente são complexas. Mas quer algo mais complexo que viver em um emprego que não se tem futuro, ou manter um relacionamento baseado em agreções físicas e morais?
Pode parecer incrível mas muita gente pensa que é mais fácil ficar batendo ponto sem expectativas que mudar pra um novíssimo emprego cheio de benefícios e com um belíssimo salário, pois a cobrança será diretamente proporcional ao que ganha, o que não seria nada mais justo.
Mas seria medo da cobrança? Não, medo de mudar mesmo, medo de enfrentar olhares que ele desconhece, medo de trabalhar em algo que ele desconhece, medo de não conhecer algo em si que não sabia e aí, inevitavelmente, mudar.
Por isso que eu compliquei tanto pra escrever sobre esse assunto, sim, eu não sou diferente do resto da humanidade e quis tornar esse assunto incompreensível para qualquer ser que leia esse post, mas não por medo de mudar, e sim para mostrar como é fácil complicar para explicar uma coisa tão simples. Se quer melhorar, mude!