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terça-feira, 29 de abril de 2008

Assopra e faz um pedido!!!

Gostaria de lembrar e/ou informar que hoje é aniversário de nossa colaboradora Nathalya. Desejamos muitas felicidades, saúde e paz!


Mas uma coisa me chama a atenção: é no mínimo estranho alguém nascer 2 dias antes de um feriado nacional, sabendo disso só posso afirmar que trata-se de uma pessoa que conta os dias para festividades.


Esperamos ansiosamente por 38 dias de festa, e pelo que consta já são 125 trios elétricos que já estão posicionados estratégicamente para iniciar a balbúrdia. Não há mais vagas nos hotéis de São Paulo.


Parabéns, Nathy!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Café com Cultura

Peças teatrais, exposições, livros, debates, filmes, intervenções, poesias... Imerso em tantas opções culturais, e abrigado pelas paredes centenárias do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o Cafezal é um local especial e saboroso para os momentos de lazer e entretenimento. Aliando a privilegiada localização no centro de São Paulo, às delícias do cardápio, os visitantes conhecem as atrações que a variada programação cultural do CCBB oferece.

Curiosos para saber as novidades que o café de um centro cultural pode trazer, nós do Comtatos conhecemos o local e contamos para você tudo o que o Cafezal traz de diferente.

Em um clima acolhedor, fomos acomodados nas mesinhas ao ar livre, onde conhecemos Anete, a barista do Cafezal, líder da simpática equipe de baristas da casa que, em meio à correria de um café movimentado, não poupou sorrisos e criatividade ao elaborar os mais diversos drinques.

De segunda a sexta são cerca de 150 expressos servidos entre as 12 e as 15h, para as centenas de freqüentadores do Cafezal, em sua maioria trabalhadores do centro velho da cidade de São Paulo. Já aos fins de semana, as opções culturais do prédio centenário do CCBB atraem um público diferenciado que, fora do horário de trabalho, pode saborear com calma as diversas opções de drinques à base de café, feito com grãos de qualidade garantida pelo selo da Fazenda Pessegueiro.

Além da qualidade do café expresso, a casa tem um grande diferencial: o time de baristas, sempre animado e criativo, que cria sabores bem particulares. A criatividade do Cafezal conta com a participação de seus clientes, com o Crie seu Drink, um projeto no qual o cliente escolhe os ingredientes que acompanham o café e pode incluir o “seu café” no cardápio.

Entre as sugestões, você pode encontrar o café da Gabriela, acompanhado de cravo e canela; o refrescante café Del Vecchio, feito com expresso e raspas de laranja; e daqui a algum tempo estará pronto para o deleite de todos o café Comtato, expresso servido em uma xícara repleta de doce de leite, acompanhado de canela em pau, o ingrediente que literalmente estabelece contato com o café, para você comer e se lambuzar.

São diversas opções de drinques extremamente bem construídos, que atraem tanto pelo sabor suave e marcante, quanto pelo visual criativo. As xícaras trazem desenhos como corações, ideais para um café romântico à dois, ou árvores, para aquecer os dias de outono. A sobremesa carro-chefe da casa, denominada Sinfonia é verdadeiramente uma obra-prima do sabor. Uma base de doce de leite Aviação desenha o formato de violão e a parte oca é ilustrada por um delicioso alfajor Havana que recebe as cordas do violão feitas à base de cobertura de chocolate.

Mas um bom café não se resume somente à beleza para apresentar seus pratos. De acordo com Anete, um barista não é aquele que faz belos desenhos no café. Um bom profissional é responsável desde à seleção dos grãos até o processo de retirada do expresso, além da apresentação e do sabor do café ao chegar à xícara.

O café, assim como o vinho, tem seus fiéis admiradores, que saboream o drinque à sua maneira. O segredo é você aproveitar as diversas opções do mercado (o Brasil produz um dos melhores cafés!) e inventar o seu próprio jeito de saborear esta bebida tão famosa mundialmente, que possibilita infinitas possibilidades de combinações. Um delicioso exemplo é o que o Centro Cultural Banco do Brasil traz, escoltado pelo Cafezal que combina café com cultura, resultando em um programa saboroso em todos os sentidos!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Filho de Maia, Maiazinho é!

Eu sei que tem muita gente que rejeita os artistas que tem afiliação que os favorece, mas é fato que tem muita gente que o dom é basicamente a genética. Tenho entre meus preferidos nesse quesito Ed Motta, Jair Oliveira, Pedro Mariano, entre outros.

Quando eu fui a uma casa noturna, Grazzie a Dio, na Vila Madalena - bairro paulistano, famoso pelos bares e casas - conheci mais um dos x-men da música: Leo Maia, além do carisma com seu público, como tinha seu pai Tim Maia, possui uma voz potente que faz a diferença por toda a sua performance.

No dia 19, sábado passado, o cantor fez o show de lançamento de seu novo álbum: Cidadão do Bem. Eu compareci e notei o quanto é nítida a influência do soul, com melodias de marcação forte de baixo. O arranjo é cheio de elementos, com muito swing. Me lembra, as vezes, Maxwell em suas músicas mais agitadas.

No novo trabalho existem três regravações: “Baby” de Caetano Veloso, “Como Vovó já dizia” de Raul Seixas e “Eu amo você” clássico da soul music de Cassiano, todas em uma total releitura, dando um ar todo pessoal.

A banda que o acompanha é excelente e podemos destacar o percussionista Marcelo Costa e o guitarrista, violonista e produtor Cássio Calazans, eles realmente fazem a diferença durante todo o espetáculo.

Mas o que me fez realmente passar de ouvinte a fã é a leveza do seu show, regado a momentos mediúnicos, em que o artista tem um insight e faz as donzelas da platéia subirem ao palco para dançarem com ele. E como ele mesmo diz: "Quer dançar? o Leo Maia vai te convidar... Vem minha preta".

Ao final, a impressão que se tem é que o síndico fez um bom trabalho, pois no espetáculo quem não dança segura a criança.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Golpe de mestre

A vida é um tabuleiro de xadrez. Entre as peças que nos pregam e as peças que perdemos, em busca de uma jogada melhor, somos movidos, aparentemente de modo aleatório, sem entender que somos um mero peão, posto gratuitamente na diagonal do bispo, que nunca esteve ali por acaso.

Assim são os fatos em Xeque-mate ou Lucky Number Slevin, título em inglês. Sempre me pergunto por que as traduções nunca têm a ver com o titulo original, mas desta vez o nome em portugues é bem melhor do que o título do filme.

No elenco estão grandes nomes, como Morgan Freeman, Sir (isso mesmo, gente) Ben Kingsley, Lucy Liu, Josh Hartnett e o meu preferido de filmes de bad guy, Bruce Willis. Mas o grande trunfo aqui é, além da direção de Paul McGuigan, o roteiro brilhante do estreante Jason Smilovic.

A trama se desenrola a partir de Slevin Kelevra (Josh Hartnett), um jovem que sofre de ataraxia (filosoficamente falando, ausência de perturbações ou inquietações da mente) e após diversas decepções chega a Nova York para visitar seu amigo Nick Fisher e encontra o apartamento deste vazio. Ao chegar conhece Lindsey (Lucy Liu), uma vizinha simpática, romântica e engraçada. Sem tempo de se ambientar, ou mesmo vestir-se, Slevin é abordado por dois capangas de um poderoso mafioso e, confundindo-o com o verdadeiro Fisher, levam-no para encontrar o “Chefe” (Morgan Freeman), que o encarrega de vingar a morte do filho ao matar o filho do “Rabino” (Kingsley), o mafioso rival. Sem tempo de armar nenhuma estratégia, e sempre observado pela polícia, Slevin é levado ao Rabino, que cobra a dívida de Fisher para Goodkat (Bruce Willis), o bandidão-assassino de primeira. Assim, Slevin está, aparentemente por engano, nas mãos dos dois grandes mafiosos rivais de Nova York.

Eu, como cinéfila amante de citações, ganhei um prato cheio com o filme. É daqueles que você tem que assistir, pela segunda vez, com um bloco de anotações do lado, pausando e colhendo frases para enriqucer o vocabulário de expressões cinematográficas, como estas: “Charles Chaplin participou de um concurso de sósias de Charles Chapline ficou em terceiro. Isso sim é uma história!”; “Eu sou baixa para a minha altura”; ou quando a polícia questiona Slevin sobre quem ele é realmente e obtem como resposta um irônico: “Filosoficamente falando?”

Assim como em um tabuleiro de xadrez, tudo se baseia na Manobra Kansas City, algo como as pegadinhas que fazemos com amigos. Eu explico: se você parar no meio da Avenida Paulista e apontar para o céu, mirando-o fixamente em um ponto qualquer, todos que passarem ao redor vão procurar o “nada” que você está atentamente observando. Bruce Willis define isto como uma estratégia de ação, no caso de um dos grandes assassinos por encomenda.

O filme traz diálogos rápidos, irônicos e divertidíssimos; uma fotografia impecável, com rimas visuais; cenas sem diálogos; cuidados com o enquadramento relatando verdadeiros poemas visuais, dignos de histórias em quadrinhos.

Misture aquela atmosfera surpreendente de filmes de máfia como “Os Intocáveis” com algumas pitadas de sarcasmo das comédias holltwoodianas. Junte falas sagazes a atuações de grandes nomes (Freeman, Willis, Kingsley, atuam com naturalidade e talento impecáveis) e carreiras em ascenção (Liu é deliciosamente hilariante e Hartnett hipotiza com uma ironia despretensiosa). Tudo isso em um ritmo acelerado, prendendo o espectador em cada detalhes revelado cuidadosamente ao decorrer da trama.


Esta é a receita da maior jogada que um bom filme pode armar para o público do cinema. A trama dá um xeque-mate em seus espectadores, aquele ataque decisivo, em que não há qualquer possibilidade de fuga ou defesa, o que implica ao término da partida, ou melhor da sessão de cinema, aquela sensação de “como eu não percebi isso antes?”. Tomara que hollywood produza mais destes roteiros, tão escassos e tão cativantes que fazem duas horas discorrerem como se estivéssemos nos deliciando com um romance policial de Agatha Christie.

Brave new world

Ah, as invenções humanas. Intervenções do homo sapiens na natureza ou no seu entorno que resultam em novos objetos, novas idéias, novos conceitos. Capacidade de criar algo a partir do nada, ou de valer-se de uma invenção para criar outra. Certamente é um daqueles marcos imaginários que dividem o mundo animal em seres pensantes e não pensantes.

Roda, dinamite, livro, lápis, máquina de escrever, faca, saca-rolhas (aliás, quem inventou a rolha?), copo de plástico, papel higiênico, absorvente, aparelho de barbear, sabão, cocaína, maconha, ópio. De uma maneira ou de outra, todas se valem de um mesmo propósito: auxiliar o homem em algum aspecto de sua vida. A dinamite, por exemplo, é ótima para demolir montanhas que serão substituídas por rodovias. Já a cocaína, a maconha e o ópio podem ser de muita valia para os que tentam fugir da realidade. Apesar dos pesares, isso tem lá sua utilidade. O problema, a meu ver, são os pesares.

O telefone foi uma invenção que realmente trouxe modificações na vida das pessoas. Falar com um parente, um amigo ou uma namorada do outro lado da cidade ou do mundo, é uma facilidade que altera profundamente o cotidiano das pessoas. É uma transposição fenomenal das barreiras espaço-temporais. Ao invés de ir à casa de um amigo discutir o destino do livro desaparecido da Poética de Aristóteles, telefono para saber sua opinião. Para marcar um encontro com uma moça, pronuncio palavras a um aparelho que se encarrega de transmití-las. Fácil assim.

O que falar do celular então? Além de conectar todos os lares, o telefone celular possibilita que se ache uma pessoa até se a mesma estiver no banheiro. Apesar disso, um retrocesso nas questões de individualidade e intimidade humana. Aqui, o problema não são os pesares. O ser humano precisa de um tempo só para ele, sem ser incomodado. Sua individualidade precisa ser estimulada, e não somente sua vida em sociedade. Precisa pensar sua existência, seus atos, suas crenças. Exercitar seu cérebro, para que possa continuar inventando novas coisas, e não só se apoiando nas já inventadas para sobreviver. E a possibilidade de ser encontrado a qualquer hora por um chefe ou por uma namorada controladora é altamente castrador, intelectualmente e individualmente. Quem guarda um telefone na cabeça, depois que embutiram agenda no celular? E as novas doenças da modernidade, a síndrome do celular vibrando, ou a nomofobia? A primeira é uma estranha mania de colocar a mão na perna ou na bolsa a cada vibração mais forte, achando que o celular está tocando. A segunda é chamada por muitos de abstinência eletrônica, termo que auto-explicativo. Esses males já tomam conta de muitas pessoas, mas poucos tomam consciência desses novos hábitos tão cotidianos quanto imperceptíveis.

As invenções devem facilitar a vida, mas a que preço? Estamos tão dispostos a essa mecanização da vida humana, que não nos importamos com o que estamos perdendo? É preciso cuidado ao abrir a caixa de Pandora, pois o fogo que ilumina o caminho é o mesmo que frita a pururuca.

domingo, 20 de abril de 2008

O samba do amor do sorriso e da flor

Hoje dia 20 de abril se comemora o dia do disco. Alguns dias atrás neste mesmo blog, publiquei um post falando sobre a trilha de nossas vidas. Não é novidade pra ninguém que sou amante incondicional da música popular brasileira.

Não por acaso, trabalho com pessoas que me possibilitam conhecer um pouco mais esse universo tão encantador. Neste mês de abril fiz uma matéria sobre o show “A noite do amor, do sorriso e da flor”. Para quem não conhece, ou nunca ouviu falar, na anunciação de Ronaldo Bôscoli, foi considerado o primeiro show de Bossa Nova.

Aconteceu no dia 20 de maio de 1960 no anfiteatro da Faculdade de Arquitetura, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro. Com participações de grandes nomes da nossa música, o destaque e as atenções estavam voltada para João Gilberto, que lançava nas rádios clássicos instantâneos como: Samba de uma nota só, Corcovado, O pato entre outras. Além dele apresentou-se também Nara Leão, Nana e Dory Caymmi, Luiz Carlos Vinhas, Roberto Menescal e Chico Feitosa, e os paulistas na época desconhecidos, Sérgio Ricardo, Johnny Alf, Pedrinho Mattar e Caetano Zama.

Muitos sabiam que o anuncio de Bôscoli era uma resposta a outro show que acontecia no mesmo dia, só que na PUC. Bôscoli e Carlos Lyra vinham se desentendendo desde que Lyra gravou um disco solo com a Philips abandonando os companheiros da bossa. Ate então ante de Lyra pular fora, todos estavam em um projeto de gravar um disco com a gravadora Odeon.

Os dois shows lotaram. Mas foi o pessoal da faculdade de arquitetura que se deu bem. Assistiram um dos maiores espetáculos já feito em nome da bossa nova.

Pegando carona nas festividades dos 50 anos de bossa nova, quero lembrar não só o disco de João Gilberto: O amor o sorriso e a flor, com direção musical de Antonio Carlos Jobim, mas a música que foi considerada divisão de águas na história da musica brasileira: Chega de saudade.

A matéria contando detalhes deste dia será publicada na Revista Almanaque Brasil de Cultura Popular do mês de maio, mas brevemente publicarei no meu outro blog www.ensaiospossiveis.blogspot.com.


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Saindo do forno!!!

Meus amigos!

Mais uma dica da boa!

O Festival Sesc Melhores Filmes. (oba!)

O festival terá as melhores produções nacionais e estrangeiras de 2007. É a sua chance de rever o seu filme predileto.

Se eu fosse você, eu iria!

Serviço:

O que: Festival Sesc Melhores Filmes
Onde: Cinecesc - Rua Augusta, 2075
Quando: até 24 de Abril
Quanto: R$ 6,00 [inteira]

www.sescsp.org.br

Aproveitem!!!

Notícia é 1 real!

Se eu repetir o mesmo parágrafo umas vinte vezes muito provavelmente você vai parar de ler esse texto, seria no mínimo irritante e em alguns casos teremos alguns companheiros de leitura que deixarão de visitar-nos em função da minha repetição.

Eu só queria entender o que faz com que as Emissoras de TV explorem tanto a notícia da menina Isabela, como meu amigo Rogério de Moraes, do blog Obscenum, discordo da exploração da notícia, discordo da falta de ética do jornalismo atual, discordo que jornalistas conceituados se submetam ao editorial ditatorial que determina que seus funcionários exponham dessa maneira um crime.

Que a justiça deve ser feita, é mais que a obrigação de qualquer sociedade que se preze, mas não é possível que ninguém se dá conta de quanto isso é nocivo para um povo.

Algo que é dotado como o 4º poder dentro de uma estado democrático de direito deveria usar esse poder para algo construtivo, algo realmente importante que nada mais é que dar a notícia, ou seja, apenas e tão somente sua obrigação e basta. Digo isso porque não é o que tem acontecido. É cada vez pior a qualidade do jornalismo nacional e cada vez melhor a qualidade das notícias publicadas em blogs, por quê será?

Será que seria pelo fato de não existir rabo preso com nenhum patrocinador, que exige que o jornal tenha tantos pontos de audiência para que sua propaganda seja veículada naquele horário, ou porque a rede de TV tem a necessidade de usar sua capacidade de formar opinião a seu favor, levando até as últimas consequências.

A ética virou utopia e para Sibele Martins (Observatório da Imprensa, 10/07/2007 - A ética no Jornalismo "Denuncismo" e "Achismo"), isso é evidenciado quando ela escreve: "A verdade é que vivemos numa época em que o importante não é trazer informações relevantes desprovidas de preconceitos e pré-julgamentos para que o público possa avaliar de acordo com suas convicções. As palavras leitor, ouvinte, telespectador etc. foram substituídas pela palavra "consumidor" e o que importa é produzir, independentemente da relevância, da qualidade ou da confiabilidade da fonte. O importante é competir, é vender, é ter ibope, é atender e superar as demandas."

Concordo inteiramente com ela e antes de terminar esse post gostaria de pedir que deixem a Isabela em paz! Fora de Cena!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A trilha sonora de nossas vidas


Hoje reencontrei uma colega que não via há anos. Após cumprimentos e abraços a primeira coisa que me falou foi: - Sempre me lembro de você quando escuto aquela música do Chico Buarque.

Tenho amigos que consigo imaginar de olhos fechados através da música. Dos sambistas “Portela já disseram que teu manto....” aos que ainda sobrevivem aos anos 70, “I say a little prayer for you....” e até aqueles que insistem em dizer: Toca Raul!

Isso sem contar os momentos. Quem é que naqueles bailinhos tão esperados do colégio não dançou ao som de Johnnie Rivers, “Do You Wanna Dance...”, a música é de 68, mas até hoje é executada. Nos deliciosos bailes de formatura, nunca vi nenhum homem ficar parado quando toca Y.M.C.A. E o coro dos formandos quando toca "We are the champions".

Ficaria aqui por horas contando a trilha da minha vida. Ela começa lá atrás com Noel Rosa, passa bela bossa nova de Nara, Chico, Jobim, passa pela Tropicália, as latinas, as infantis, americanas. Enfim, são apenas trilhas que acompanham nossas vidas, que nos fazem lembrar otrora sermos lembrados.


Time is money

Responda rápido:

Quantos segundos tem um minuto?
Quantos minutos tem em uma hora?
Quantas horas tem em um dia?

Agora pense um pouco e reflita: Quantos segundos tem em um dia?

Bom, são 86.400 segundos, bastante né?

Já ficou parado(a) olhando o ponteiro andar cada espacinho de segundo lentamente e o barulhinho que ele faz quando completa esse movimento. Confesso, dá um pouco de agonia ouvir esse barulho, e parece que o mundo todo fica mais lento também, como se estivéssemos estáticos.


Mas por que nos queixamos tanto da falta de tempo? Por que temos que comer um Big Mac com Coca-Cola no Mc Donald´s com tanta pressa no almoço se temos tanto tempo para almoçar?

Ou por que dormimos tão pouco e trabalhamos tanto?

É simples, não conseguimos administrar nosso tempo e isso acontece porque cada vez mais acumulamos tarefas e vivemos em cidades grandes. Nos cada vez trabalhamos mais e com menos eficiência. Quer um exemplo? Quantas reuniões você participa por dia? Quantas delas são realmente necessárias? Em qual parte delas falamos sobre trabalho e não sobre besteiras do dia-a-dia?. Esse é um exemplo de que como nos perdemos em pequenas coisas do nosso dia, mas que no final nos tirará preciosas horas de sono ou de estar com a família.

O fato é, desaprendemos a contar os segundos e viver cada segundo como se fosse uma vida. Vivemos a semana inteira esperando o fim de semana e quando chega a segunda já contamos os dias(?) para que chegue a sexta de novo. Mas, até lá, teremos 432.000 segundos para viver.

Façamos um exercício. Vamos parar por um minutos e olhar o relógio dar uma volta completa. Verá você que 60 segundos podem significar uma vida.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Isso é ComTato!

Meus amigos, que a Folha de S. Paulo me perdoe, mas irei replicar coluna de Gilberto Dimenstein publicada hoje.

Vocês irão perguntar(ou não) porque eu colocaria uma coluna de um jornal por aqui? Eu te digo dois motivos:

1- Porque é uma iniciativa de um cidadão comum em mostrar um lado diferente e degradado de nossa cidade de maneira artística

2- Porque ele é meu amigo, e de todos do blog. E ainda por cima é um dos criadores deste pequeno grande espaço que, em breve, será maior ainda.

Leiam e comprovem. É de pessoas assim que a sociedade precisa.

Segue o link da matéria(para assinantes):

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1604200810.htm


Caso esteja com preguiça, você pode ler abaixo.


GILBERTO DIMENSTEIN

Calçadas do anonimato
Ele se viu seduzido a descobrir fotograficamente o seu entorno, atraído pelos prédios do "centro velho"

RONALDO PEREIRA da Silva Júnior cultiva um inusitado hobby: fotografar calçadas de diferentes bairros de São Paulo. "Descobri que é possível revelar a alma de uma cidade através das suas calçadas."
A fotografia foi o que restou dos sonhos de comunicação de Ronaldo, que, na adolescência, pensou em ser ator e, depois, em seguir a carreira de publicitário. Preferiu trabalhar em banco e, atualmente, estuda gestão financeira. "Mas sempre mantive aquela vontade de me expressar artisticamente."
Em meio a planilhas repletas de números, ele se viu seduzido a descobrir fotograficamente o seu entorno, atraído pelos prédios do chamado "centro velho" -era a sua deixa para sair do anonimato artístico.




Nas conversas de corredor, descobriu um funcionário do banco -Anderson Patric Joaquim- que, como ele, gosta de fotografar e estava interessado em descobrir os segredos do centro. Nas horas vagas, os dois saíam para tirar fotos. "Decidimos, então, focar melhor nosso olhar."
Desconfiaram que as calçadas talvez contassem as diversidades e as desigualdades da cidade. "A calçada é algo tão corriqueiro, passando por nossos olhos todos os dias, que nem vemos como elas são o retrato de uma comunidade." A dupla sentiu isso literalmente na pele -um deles tropeçou no buraco de uma calçada e se estatelou no chão.



A dupla buscava os contrastes documentando as calçadas da periferia -onde um deles tomou o tombo- e a de ruas como a Oscar Freire. "Lá, elas são todas niveladas, bem cuidadas, limpas, há lugar para sentar e conversar, respeito aos portadores de deficiência." Em outros lugares, simplesmente não há calçadas, o que os obrigava a caminhar pela rua, em meio aos automóveis.
As diferenças também se registraram pelos personagens. Em alguns lugares, o que sobressai é uma árvore, jardim ou até um elegante sapato de salto alto ou, quem sabe, um cachorrinho todo vestido -em outros, além dos buracos, crianças ou homens dormindo.



O projeto entra agora numa fase mais ambiciosa. A dupla quer percorrer linhas de ônibus, saindo dos extremos das zonas oeste, sul, leste e norte. Vão fotografar as calçadas nos pontos iniciais e, de novo, na parada final, para comparar as imagens.
No meio do caminho dessa experiência, a dupla percebeu que tinha em mãos mais do que um projeto artístico: imaginaram-se com um material para denunciar a desigualdade de uma cidade por meio da dificuldade de circulação de seus pedestres.
E, neste momento, Ronaldo e Anderson estão preparando um jeito de sair do anonimato. Não sabem como nem quando, mas colocaram na cabeça que todo esse material vai virar uma exposição.



PS - Enquanto a exposição não vem, coloquei em meu site (www.dimenstein.com.br) algumas das fotos das calçadas que foram tiradas por eles.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Falha de comunicação

Não pude resistir a seu choro. Ofereci-lhe um lenço. Era uma moça magra, de cabelos curtos e olhar grave. Bonita, mas com ar sombrio, trajava regata branca, uma calça jeans e – não vi, mas minha imaginação me permite supor – all star. Uma corrente pratreada no pescoço, formada por elos entrelaçados. Muito séria, parecia distante enquanto eu, mesclando momentos de contemplação e desinteresse, buscava despertar-lhe a atenção.

Enfim o carro do metrô chega à nossa plataforma. Abrem-se as portas e penetramos como bois que atendem mecanicamente ao sinal de um berrante. Ela vai na frente, não a ponto de me permitir uma exame mais clínico de suas formas. Sento-me ao seu lado e começo minha viagem interior. Cabeça vazia é oficina do diabo, mas como o diabo é o pai do rock, minha mente viaja entre sistemas solares e discos de vinil. De repente, lembro-me do pôr do sol no Rio de Janeiro e de minha família. Duas coisas que adoro, mesmo tendo-as tão longe. Universos paralelos, futuros imprevisíveis, paixões solitárias, ouço o som do vento que grita de tarde as notas da monotonia interiorana. Um desafio pela frente: a conquista da pessoa amada.

Saio desses devaneios por causa de um choro mal contido que ouço ao meu lado. “Não, ela deve estar resfriada”. Quem carrega consigo o fardo das lágrimas sabe distinguir um choro de uma gripe. Chorava a pobre moça ao meu lado. De início, tomado por meu recato, pelo medo de oferecer ajuda e parecer indiscreto, silencio. Ao mesmo tempo, sinto-me obrigado a ajudá-la de alguma forma. Pensava que o mundo seria melhor se o fato de duas pessoas não se conhecerem não fosse impedimento para que uma ajudasse a outra. Queria acalentá-la, contar uma piada. Queria ver seus dentes se abrirem num sorriso. Sentia que ela queria ajuda. Mesmo que não admitisse, mesmo que a falta de confiança do ser humano no próprio ser humano não permitisse que ela se abrisse para um desconhecido como eu, ela queria um ombro para chorar. Ou melhor, queria não chorar.

Procuro em meu bolso roto da viagem um lenço que pensei ter esquecido dias atrás. Encontro-o amarrotado. Limpo, mas amarrotado. Delicado e indeciso, ofereço o lenço para a moça. Óbvio que ela não aceita. Sabe-se lá aonde eu teria colocado o lenço ou a mão. Recusa minha ajuda como quem recusa carona no meio da noite. Por medo, por nojo, ou simplesmente por educação. Pensei comigo: o que mais falta à chorona do meu lado é a única coisa que queria dar-lhe, bem como a proposta de nosso blogue. Comtato.

Café nosso de todo dia

Entre um xícara e outra começamos a semana falando sobre o líquido que move o mundo, e se você pensou em petróleo está totalmente enganado, o Café é, por excelência, a bebida que motiva o mundo e você sabe que, com exceção daqueles que se negam a tomá-lo, todos saboreiam esse néctar para se manterem despertos, ou seja, os motiva.

Dia 14 de Abril é comemorado o dia mundial do café e é um momento muito propício para começarmos nosso especial.

O vinho da arábia, termo que origina a palavra café, não foi adotado atoa, e cada vez mais vem se tornando o grande estopim para centenas de casas especializadas, levando em seu contexto um ambiente muito propício para nossos tão conhecidos Comtatos. O grau de sofisticação é tanto que hoje existem revistas especializadas.

A revista Espresso, por exemplo, foi criada para os consumidores de café, aos executivos e produtores do mercado cafeeiro. Desde 2003, em tiragens trimestrais, seus aproximadamente 20 mil exemplares são distribuídos em bancas de jornal, pontos de venda de cafés e livrarias, sem contar os assinantes.

No Brasil, o cafeeiro foi cultivado primeiro no norte do país até que começassem a plantá-lo no sudeste, por volta de 1850, onde a árvore se adaptou perfeitamente e tornou o estado de São Paulo, seu maior produtor, o mais rico do país. Influenciando até na história do Brasil, ou você já esqueceu da república do café com leite, a bebida é ainda hoje um importante produto de exportação, e segundo alguns especialistas somos o principal e melhor produtor do fruto.

Agora vamos fazer uma pausa...

Tendo um tempinho no trabalho é pausa para o café, ou coffee break se você quiser enfrescalhar, em reunião de negócios, palestras, passeios e até quando sua tia vem te visitar tem a hora do café. Pensando nisso, toda segunda será publicada uma reportagem com dicas para dar sabor a sua semana trazendo opção para o final dela.
Degustem!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Dica da boa

Caríssimos, nossa amiga Suelen sempre contribuindo com dicas muito interessantes.

Agora temos mais uma bem bacana para aqueles que gostam de tecnologia.

A mostra, que tem o título de: "Nano, Poética de um Mundo Novo" é composta por seis obras da artista midiática Victoria Vesna que integram arte, ciência e tecnologia, baseadas nos estudos do cientista James Gimzewski, ambos da Universidade da Califórnia, dos Estados Unidos.

Além disso tem como objetivo mostrar a nanotecnologia como algo prático e presente em nossas vidas, porém, abordará de uma maneira metafórica e poética.

Parece ser bastante interessante, afinal a nanotecnologia invadiu nossas vidas e já não vivemos sem ela.

Serviço:

Exposição "Nano, Poética de um Mundo Novo"

Quando: de 13 de Abril a 01 de Junho
Horários: de terça a sexta, das 10h às 20h
Local: Museu de Arte Brasileira da FAAP (MAB-FAAP) - Rua Alagoas, 903 - Higienópolis
Quanto: Na faixa

Festa Japonesa com certeza!

Se você gosta de cultura japonesa, não pode perder o evento que ocorrerá nesta sexta e sábado na Liberdade.

Não, não será mais um evento em homenagem aos 100 anos da imigração japonesa, e sim, uma festa em comemoração aos 2.632 anos de Buda. Na 42ª Hana Matsuri, evento conhecido como a festa das flores.

Buda tamém estará lá, ornamentado pelas flores. Além disso, haverá um grupo musical e um cortejo de crianças com trajes típicos dessa cultura oriental.

Depois dessa festa, eu ainda recomendo uma passada na Bakery Itiriki, sensacional padaria com várias iguarias da culinária oriental. Fica ali ao lado da praça da Liberdade.

Serviço:

Onde: Praça da Liberdade
Quando Sexta(11/04) e Sábado (12/04) das 10 às 16h.
Quanto: Na faixa.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O caminho é in, não off.


Lendo o post de Narinha, lembrei-me de um interessante contista brasileiro, Caio Fernando Abreu, ou simplesmente Caio F., como ele assinava. De acordo com o site releituras, “Caio Fernando Loureiro de Abreu dedicou-se ao trabalho jornalístico no Centro e Sul do país, em revistas como Pop, Nova, Veja e Manchete, e colaborou nos jornais Correio do Povo, Zero Hora, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo.”

Em plena ditadura militar, em 1968, foi perseguido pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), e refugiou-se no sítio da escritora e amiga Hilda Hilst, na periferia de Campinas. Após uma série de reviravoltas, no final de 1974, ele retornou a Porto Alegre, deslocado da rotina do Brasil dos militares: “tinha os cabelos pintados de vermelho, usava brincos imensos nas duas orelhas e se vestia com batas de veludo cobertas de pequenos espelhos”. Ao saber-se portador do vírus da AIDS, em setembro de 1994, Caio põe-se a cuidar de roseiras, encontrando um sentido mais delicado para a vida.”

Conheci Caio F. com uma carta atemporal e catalisadora: o texto Carta ao Zézim. Nele, o escritor responde uma série de dúvidas do amigo, o também jornalista, José Márcio Penido, e nela relata a criação do livro "Morangos Mofados", fala de sua admiração por Clarice Lispector e Dalton Trevisan e estimula o amigo a escrever.

Justamente esta parte do estímulo a escrever foi o que me motivou a participar deste blog e a estabelecer, cada vez mais, contatos com tato. Abro um parêntese: tato, vernáculo que, segundo o Houaiss, designa o sentido pelo qual se conhece ou percebe; prudência; tino; sutileza e sensibilidade para se expressar. A palavra tato vem do latim (língua adorável) que significa tangère, ou tocar, no sentido físico e moral, transitivo e absoluto.

Sinto-me, de fato, tocada sempre que escrevo algum post, pois imagino que este texto pode, também, tocar a todos vocês. Interagir e interferir na vida de algum leitor desavisado, na maneira como esta pessoa percebe a vida. Ele toma asas e deixa de ser meu para pertencer a todos aqueles que o roubam para si, tirando-o desta rede virtual cibernética e sem fronteiras.

Voltando a Caio, na Carta ao Zézim ele diz:
“Zézim, ninguém te ensinará os caminhos. Ninguém me ensinará os caminhos. Ninguém nunca me ensinou caminho nenhum, nem a você, suspeito. Avanço às cegas. Não há caminhos a serem ensinados, nem aprendidos. Na verdade, não há caminhos. E lembrei duns versos dum poeta peruano (será Vallejo? não estou certo): “Caminante, no hay camino. Pero el camino se hace ai andar”.”

“Você quer escrever. Certo, mas você quer escrever? Ou todo mundo te cobra e você acha que tem que escrever? Sei que não é simplório assim, e tem mil coisas outras envolvidas nisso. Mas de repente você pode estar confuso porque fica todo mundo te cobrando, como é que é, e a sua obra? Cadê o romance, quedê a novela, quedê a peça teatral? Danem-se, demônios. Zézim, você só tem que escrever se isso vier de dentro pra fora, caso contrário não vai prestar, eu tenho certeza, você poderá enganar a alguns, mas não enganaria a si e, portanto, não preencheria esse oco. Não tem demônio nenhum se interpondo entre você e a máquina. O que tem é uma questão de honestidade básica. Essa perguntinha: você quer mesmo escrever? Isolando as cobranças, você continua querendo?"
"Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega? Porque dói, dói, dói. É de uma solidão assustadora. A única recompensa é aquilo que Laing diz que é a única coisa que pode nos salvar da loucura, do suicídio, da auto-anulação: um sentimento de glória interior. Essa expressão é fundamental na minha vida.”

Assim como Caio, “escrevendo, eu falo pra caralho, não é?!”

Então, confira aqui, a íntegra do texto e descubra o que motiva esta jovem moça que vos escreve a fazer comtatos com você, leitores deste singelo e apaixonado blog.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Art e Política

Meus colegas, o que vocês acham sobre campanha política na Internet? Acham que isso pode render bons dividendos? Ou poderá criar uma sensação de intromissão em nossas vidas?

E a questão da proibição das campanhas políticas na Internet? Acham que é válido?

Acompanhem essa discussão fomentada por mim no blog da Máquina da Notícia, empresa onde eu trabalho. Leiam e comentem, caso queiram...Visite aqui

Em tempo, vejam como qualquer coisa(coisa mesmo) pode virar arte. Esse jovem foi muito criativo e com a ajuda de panos molhados, desenhou caveiras em vários túneis da capital. Esse vídeo abaixo, mostra a atuação dele no túnel Max Feffer(Túnel na Avenida Cidade Jardim que corta a Faria Lima) e a tentativa de desestimulá-lo feita pelos policiais.

É notícia velha, mas quem disse que arte envelhece?

vejam:

Caminate no hay camiño


Toda terça feira eu acordo com uma tremenda vontade de que chegue logo o fim do dia. Enganam-se aqueles que pensam que terça feira para mim é um dia ruim. Muito pelo contrário. É dia de espanhol.

Hoje além de estudar a língua eu conheci um pouco mais desta cultura, diga-se de passagem, muito interessante. Juan Manuel Serrat, segundo minha professora é considerado um Chico Buarque da Espanha. É claro que não precisou muito para me interessar. Pra mim é Deus no Céu e Chico na terra rs...

Cantares... (Joan Manuel Serrat -Antonio Machado)

Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar.

Nunca persequí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.

Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse...

Nunca perseguí la gloria.

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino
sino estelas en la mar...

Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Murió el poeta lejos del hogar.
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse le vieron llorar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso.


***
Antonio Machado (1875-1939) foi um dos poetas mais importantes da Espanha. Conta a história que ele lutou o quanto pode pelo seu país. Exilado, assim que pisou fora da Espanha morreu de desgosto e tristeza. Em 1969 Joan Manuel Serrat edita um disco, que alcança grande repercussão social, onde põe música em alguns poemas de Antonio Machado. Em 1971 aparece “Mediterráneo”, um dos seus álbuns mais importantes. Um quarto de século depois, a canção que dá o titulo ao disco e foi eleita a melhor canção espanhola da segunda metade do XX.

domingo, 6 de abril de 2008

It´s only rock and roll, but I like It!

Você se imagina fazendo o que faz quando tiver seus 60 anos?
Esta pergunta ,que muitos de nós teríamos dúvidas ao responder, não intimidou Jagger, que prontamente disse: “Facilmente!”, em uma entrevista a Dick Cavett, em 1972.

Isto é mais do que simplesmente gostar do que faz, é ter a plena certeza de que aquilo o realiza por completo. Isso é o que os Rolling Stones mostram no palco: energia pura, acumulada desde os anos 60 até hoje.

Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ron Wood exibem mais do que rugas, cabelos brancos e peles flácidas, o que se vê no palco é puro rock and roll. E todo o espírito do rock e dos Stones é traduzido nas telonas por Martin Scorsese, famoso diretor de cinema, vencedor do Oscar de melhor diretor em 2006 com o longa Os Infiltrados (excelente, por sinal).

A platéia da apresentação nova-iorquina é ilustre, entre os animados fãs estão o ex-presidente Bill Clinton, sua mulher e atual pretendente ao cargo de presidente pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, sua sogra e vários de seus parentes.

O documentário Rolling Stones - Shine a Light, se baseia num grande show no Beacon Theatre em Nova York, na turnê A Bigger Band. O filme também traz entrevistas antigas da banda misturadas a algumas cenas de bastidores. Sem esquecer do ego do Scorsese presente como diretor e amigo, posando de figurinha cult na cena de rock, à la Tarantino.

Mas quem entra na sala de cinema para assistir ao concerto sai das poltronas muito mais fã dos Stones que do Scorsese. Sem nada a dizer a presença do diretor é exagerada, podendo ser resumida apenas às piadinhas de queimar o vocalista. Fora isto, dois terços das participações especiais poderiam ter sido excluídas.

É fato que os Stones é uma banda sessentona e suas músicas conquistam gerações e gerações. Portanto, os caras não precisam de apelos pop para garantir público, tais como Christina (falsete na voz )Aguilera e Kelly Osbourne... Opa, confundi, digo, digo, Jack White. Agora, essencial foi a canja de Buddy Guy (foto), blueseiro de primeira que travou um autêntico duelo com Jagger, Guy na guitarra e o bocudo na gaita, cantando Champagne and Reefer, canção que levantou os gringos da platéia.

Na voz e nas performances de Jagger, a galera não para de pular com os grandes hits dos Stones, como Brown Sugar, Start me Up, Shine a Light e Simpathy for the Devil, aliadas ao charme do guitarrista Keith Richards (véio fofo!) arriscando-se nos vocais em You Got the Silver e Connection.

Para os fãs, o documentário Shine a Light é imperdível. Para os que ainda não conhecem os Stones é lição de casa, além de ser um programa que garante a diversão e o valor do ingresso. Aumentem o volume e let´s rock, guys! Afinal, certos caras já provaram que "pedras rolantes não criam limo".



Fora do Esquemão


O fluxo natural das coisas as vezes nos prega peças. Você planeja um final de semana inteiro e dá tudo errado, pra melhor. Na contra-mão do filme Na Natureza Selvagem (Into the Wild), a solidão foi o que ele procurou, meu final de semana foi cheio de encontros e de reviravoltas. Reencontrei amigos, conheci alguns novos, além de ter a possibilidade de fazer boas fotos para o blog na reportagem do café, que em breve estará no ar.

O que Christopher McCandles procurou por toda a sua vida? o perdão por erros que ele não cometeu, e para isso se manteve em total isolamento das pessoas mais próximas e rodou a América do Norte carregando um fardo que o corroía por dentro: a mediocridade dos pais que se uniram num erro e fizeram seus filhos amargarem esta união instável. O protagonista, dotado de uma sensibilidade ímpar para assuntos ligados a relacionamentos, parece compreender muito bem o que os motiva, mas prefere ignorar esse fato e se punir buscando uma verdade que ele já sabe.

Sean Penn estava inspirado por fazer um filme despretenciosamente bom e com um nível filosófico elevado para a maioria dos campeões de bilheteria, talvez esteja aí o sucesso do longa metragem que está em exibição na Sala 1 do Cine Bombril. Filas cheias, na sua maioria mulheres, mas vemos muitos homens se rendendo a sutileza do filme ao tratar assuntos que são pouco discutidos na tão falada era da informação.

E é nesta era que um homem rompeu essa barreira e foi parar no Alasca, sozinho à margem de qualquer contaminação da nossa alma capitalista. Viver apenas pelo necessário, comer, respirar e vislumbrar um mundo que escapa das nossas vistas diariamente.

A fotografia é magnífica, e toda ela imersa na voz de Eddie Vedder, que faz boa parte da trilha sonora. Emile Hirsch está num bom momento e atua com muita veracidade no personagem Alexander Supertramp, nome do espírito aventureiro de Chris. O filme merece ser visto e discutido, pois fala do mal do mundo moderno: a solidão.

Pelos momentos que vivi nestas últimas semanas fica claro que eu tive mais sorte em descobrir que a felicidade só é completa quando compartilhada.

E viva os Centros Culturais!
**** Referências ****
Na Natureza Selvagem
(Into the Wild)
Gênero: Drama
Tempo: 140 min.
Estrelando: Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Brian Dierker, Catherine Keener, Vince Vaughn, Kristen Stewart, Hal Holbrook, Dan Burch e Joe Dustin
Dirigido por: Sean Penn
Produzido por: Art Linson, Sean Penn, William Pohlad
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Nuncam Sobium


Na economia existe um termo, em latim, que designa que algumas das variáveis de uma função se mantém constantes. Trocando em miúdos: Em uma comparação entre dois iténs, outros fatores que poderiam interferir nesta comparação são colocadas como constantes e estáveis, Coeteris Paribus.

Ok! Você deve estar neste instante com cara de interrogação. Mas pense na seguinte situação: as pessoas, hoje, vivem em completa dependência do capitalismo. Todos nós precisamos nos alimentar, para isso trabalhamos, esse trabalho gera renda e gastamos basicamente em nossas necessidades básicas como alimentação, saúde e educação. Minha empresa, supostamente, produz soja e ela atende uma grande fatia do mercado brasileiro, de repente o consumo de soja cresce em todo o mundo e a empresa enxerga isso como uma oportunidade e passa a exportar parte da sua safra para atender o mercado exterior, como a China. Isso gera a falta do grão internamente, a lei da oferta e da demanda fala mais alto e os preços sobem e o óleo vegetal a base de soja aumenta de tabela, o preço de todos os produtos que direta e indiretamente levam esse insumo crescem. Inicia-se o processo de bola de neve.

Essa notícia foi transmitida no Bom Dia Brasil da rede Globo, hoje pela manhã, e reforçada na minha aula de economia, ainda agorinha.

Este problema não existe solução, tendo em vista que de todos os fatores que podem ser comparados o único que se mantém estável e não aumenta de jeito nenhum é o teu salário, ou seja, teu pagamento mensal é o único que não se mexe. Totalmente Coeteris Paribus!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Hasta la vista, Baby (Swarzenegger na veia)

Mudanças. Chegou a hora de mudanças. Mas leva tempo para se ter certeza disso. Até lá, sentimentos contraditórios tomam conta de seu corpo. Nervosismo, insegurança, medo, tesão, euforia, felicidade. Diante da dúvida, o que fazer? Ficar ou continuar? Chorar ou sorrir? Dizem os experts em qualidade de vida que a última coisa que se pode fazer em benefício próprio é acomodar com uma situação confortável. Com termos como “mundo competitivo” e “zona de conforto”, fazem a cabeça de milhares. Cá para nós, zona de conforto é puteiro com sofá. Como vovó já dizia, jacaré que pára de nadar morre afogado. E, quando se percebe que é chegada a hora da transformação, algumas coisas ficam para trás. E essa é a parte ruim das mudanças.

De todas as coisas que se aprende vivendo em uma selva, talvez a mais valiosa delas seja a segurança que os animais sentem quando estão em bando. Um rebanho de bois é capaz de afastar a mais destemida das onças. Os companheiros de blog e outros companheiros me farão uma falta danada. Mas sei que entendem quando algo precisa mudar. Terei que caçar sozinho, ou em outros rebanhos. O que acontece é que o muito que tenho em minha vida é pouco para minha fome. O ouro que fazia minha cabeça outrora não mais me sustenta. Eu não quero só comida, eu quero bebida, diversão e balé (Calma, Telma, eu não sou gay). Eu não quero só comida, eu quero a vida como a vida quer. Bem, Raul (mais uma vez, Tocaraul!!!!) explica melhor.



Eu devia estar contente
Porque eu tenho um emprego
Sou um dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros
Por mês...

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso
Na vida como artista
Eu devia estar feliz
Porque consegui comprar
Um Corcel 73...

Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado
Fome por dois anos
Aqui na Cidade Maravilhosa...

Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa...

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado...

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto "e daí?"
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado...

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Jardim Zoológico
Dar pipoca aos macacos...

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro
Jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco...

É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...

Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar...

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...