Já tendo se tornado quase que um gênero do cinema, as adaptações de HQs crescem a cada dia e o que é melhor - ao menos para os fãs, que já sofreram muito com o descaso - muitas têm se mostrado fiéis ao espírito de personagens e heróis. Por isso, acho importante lembrar que em 2009 completam-se 20 anos de um divisor de águas neste gênero, um filme que marcou definitivamente os fãs de HQs e abriu caminho para o que se tem hoje nos cinema dentro desse gênero. Estou falando de Batman – O Filme, dirigido por Tim Burton, lançado em 1989.
Onze anos antes, em 1978, outro importante super-herói dos quadrinhos ganhava uma adaptação inesquecível para os cinemas. Dirigido por Richard Donner, Superman – O Filme é uma obra que encantou mais de uma geração e fixou-se definitivamente em nosso imaginário. Como adaptação, é superior ao filme de Burton. Contudo, do ponto de vista da importância para se criar e abrir mercado para um gênero, Batman – O Filme tem um peso muito maior.
A ida de Batman para o cinema é conseqüência direta do sucesso da saga O Cavaleiro das Trevas, novela gráfica lançada em 1986 roteirizada por Frank Miller. Nela, o personagem é aprofundado, ganhando traços psicológicos oblíquos e personalidade sombria. Uma transformação que já vinha ocorrendo nas histórias de carreira do personagem desde que a dupla Dennis O´Neil (roteiro) e Neal Adams (desenho) havia assumido as histórias do personagem, mas que Miller elevou a um patamar superior de refinamento, arte, drama e literatura. Mas isso já é assunto para o Carlão, nosso colunista de quadrinhos.
Foi na esteira desse ressurgimento e do sucesso de O Cavaleiro das Trevas que os produtores de Hollywood viram a chance de levar para as telas um personagem de HQ. Naturalmente que não se basearam na novela de Miller para o roteiro do filme, pois seria radical demais para a época. Mas graças ao estilo inconfundível de Tim Burton (como se veria no futuro em filmes como Edward, Mãos de Tesoura, O Estranho Mundo de Jack, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e, mais recentemente, Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet), então um diretor quase desconhecido, alguma coisa do personagem foi preservada.
O filme de Burton tem defeitos que desagradaram bastante aos fãs. Mas o filme também tem acertos marcantes, principalmente na caracterização da cidade de Gothan City, na ambientação sombria e opressora do universo do personagem e na interpretação do Coringa por Jack Nicholson. Contudo, o filme se equivoca drasticamente no roteiro mal trabalhado e na superficialidade de personagens importantíssimos para a mitologia do herói. Há também o erro grave na escolha de Michael Keaton para o papel de Bruce Wayne e demais questões técnicas, como a falta de mobilidade do traje-armadura que o herói usava.
Porém, não creio que valha agora entrar no mérito de sua qualidade, seja como cinema, seja como adaptação. O que importa é que para a época foi um marco importante do cinema de entretenimento, cujo sucesso estrondoso abriu portas para uma continuação sob a batuta do mesmo Burton, que caprichou mais ainda nos elementos sombrios, cenográficos e de figurino, mas repetiu os mesmo erros nos outros aspectos. Quanto aos dois filmes seguintes, dirigidos por Joel Schumacher, não há nada que se dizer. São asquerosamente desprezíveis e dignos do mais absoluto repúdio. Que fiquem no esquecimento.
Hoje, felizmente, o herói já tem duas novas adaptações lançadas. Um recomeço de sua saga muitíssimo bem executado pelo diretor Christopher Nolan que conseguiu – especialmente no último filme - um resultado surpreendente na intensificação filosófica e de profundidade de caráter do personagem, trazendo para o cinema a dignidade e dimensão clássica que o herói recebeu nos quadrinhos de nomes como Dennis O´Neil, Frank Miller e Alan Moore.
De 1989 até hoje, não só Batman, mas muitos heróis dos quadrinhos já foram transpostos para as telas dos cinemas. Alguns ainda não receberam o tratamento digno que merecem, como o Demolidor e o Justiceiro, cujas adaptações não fazem jus a suas proporções como heróis. Mas depois de filmes como Homem-Aranha 2, X Men 2, Hellboy, Homem de Ferro, Sin City, Watchmen e alguns outros, os fãs de HQs já se sentem menos apreensivos quando ouvem falar de alguma adaptação sendo produzida. Há 20 aos atrás Batman – O Filme, abria os caminhos para isso. Bem ou não tão bem assim, deve-se a ele esse mérito inquestionável.
Quanto a mim, ter estado na primeira fila do já falecido Cine Marrocos, no dia da estréia, não deixa de me trazer um certo orgulho.
Onze anos antes, em 1978, outro importante super-herói dos quadrinhos ganhava uma adaptação inesquecível para os cinemas. Dirigido por Richard Donner, Superman – O Filme é uma obra que encantou mais de uma geração e fixou-se definitivamente em nosso imaginário. Como adaptação, é superior ao filme de Burton. Contudo, do ponto de vista da importância para se criar e abrir mercado para um gênero, Batman – O Filme tem um peso muito maior.
A ida de Batman para o cinema é conseqüência direta do sucesso da saga O Cavaleiro das Trevas, novela gráfica lançada em 1986 roteirizada por Frank Miller. Nela, o personagem é aprofundado, ganhando traços psicológicos oblíquos e personalidade sombria. Uma transformação que já vinha ocorrendo nas histórias de carreira do personagem desde que a dupla Dennis O´Neil (roteiro) e Neal Adams (desenho) havia assumido as histórias do personagem, mas que Miller elevou a um patamar superior de refinamento, arte, drama e literatura. Mas isso já é assunto para o Carlão, nosso colunista de quadrinhos.
Foi na esteira desse ressurgimento e do sucesso de O Cavaleiro das Trevas que os produtores de Hollywood viram a chance de levar para as telas um personagem de HQ. Naturalmente que não se basearam na novela de Miller para o roteiro do filme, pois seria radical demais para a época. Mas graças ao estilo inconfundível de Tim Burton (como se veria no futuro em filmes como Edward, Mãos de Tesoura, O Estranho Mundo de Jack, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e, mais recentemente, Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet), então um diretor quase desconhecido, alguma coisa do personagem foi preservada.
O filme de Burton tem defeitos que desagradaram bastante aos fãs. Mas o filme também tem acertos marcantes, principalmente na caracterização da cidade de Gothan City, na ambientação sombria e opressora do universo do personagem e na interpretação do Coringa por Jack Nicholson. Contudo, o filme se equivoca drasticamente no roteiro mal trabalhado e na superficialidade de personagens importantíssimos para a mitologia do herói. Há também o erro grave na escolha de Michael Keaton para o papel de Bruce Wayne e demais questões técnicas, como a falta de mobilidade do traje-armadura que o herói usava.
Porém, não creio que valha agora entrar no mérito de sua qualidade, seja como cinema, seja como adaptação. O que importa é que para a época foi um marco importante do cinema de entretenimento, cujo sucesso estrondoso abriu portas para uma continuação sob a batuta do mesmo Burton, que caprichou mais ainda nos elementos sombrios, cenográficos e de figurino, mas repetiu os mesmo erros nos outros aspectos. Quanto aos dois filmes seguintes, dirigidos por Joel Schumacher, não há nada que se dizer. São asquerosamente desprezíveis e dignos do mais absoluto repúdio. Que fiquem no esquecimento.
Hoje, felizmente, o herói já tem duas novas adaptações lançadas. Um recomeço de sua saga muitíssimo bem executado pelo diretor Christopher Nolan que conseguiu – especialmente no último filme - um resultado surpreendente na intensificação filosófica e de profundidade de caráter do personagem, trazendo para o cinema a dignidade e dimensão clássica que o herói recebeu nos quadrinhos de nomes como Dennis O´Neil, Frank Miller e Alan Moore.
De 1989 até hoje, não só Batman, mas muitos heróis dos quadrinhos já foram transpostos para as telas dos cinemas. Alguns ainda não receberam o tratamento digno que merecem, como o Demolidor e o Justiceiro, cujas adaptações não fazem jus a suas proporções como heróis. Mas depois de filmes como Homem-Aranha 2, X Men 2, Hellboy, Homem de Ferro, Sin City, Watchmen e alguns outros, os fãs de HQs já se sentem menos apreensivos quando ouvem falar de alguma adaptação sendo produzida. Há 20 aos atrás Batman – O Filme, abria os caminhos para isso. Bem ou não tão bem assim, deve-se a ele esse mérito inquestionável.
Quanto a mim, ter estado na primeira fila do já falecido Cine Marrocos, no dia da estréia, não deixa de me trazer um certo orgulho.
2 comentários:
Muito bom! E acredito que isso reaqueceu um mercado de HQ que poderia estar definhando hoje... Mas quem sou eu pra discutir isso. rsrs o Carlão que se vire!
A primazia deste filme está em transportar à tela a atmosfera sombria e envolvente dos quadrinhos. Mas se o Tim Burton fizesse o filme hoje, o coringa seria interpretado pelo Johnny Depp. Heheheheh
Postar um comentário