“Eu sou descendente de japoneses e, por isso, todo mundo sempre achou que eu era nerd. O que está bem longe de ser verdade. Quero dizer, nunca dei trabalho na escola, mas também nunca fui a primeira aluna da sala. E assim eu continuei até chegar à faculdade, onde lia poucos dos livros e textos que os professores mandavam. O que não é exatamente uma boa idéia para uma estudante de jornalismo, mas, pra ser sincera, a leitura nunca foi um hábito para mim. Surpreendentemente, isso mudou logo no primeiro – quase segundo – ano da faculdade, quando, um tanto contrariada, resolvi acompanhar meu amigo à livraria depois da aula. Pouco empolgada, dei uma olhada nos livros em geral, até que um me chamou a atenção: era o primeiro volume da série O Diário da Princesa. Confesso que foi a capa cor-de-rosa, com uma coroa e um par de coturnos estampados, que me convenceu de que comprar o livro seria uma boa ideia. Porém, alguns dias depois, isso já não importaria mais porque a leitura virou vício e eu me tornei uma leitora assídua dos, batizados por mim, Girlie Books.”
É mais ou menos assim que autoras de livros considerados romances para meninas escrevem – é claro que minha tentativa não chega nem aos pés dos originais. E, exatamente por ser um retrato tão realista da vida da maioria das mulheres/meninas, é que as autoras do gênero não costumam ter o reconhecimento que merecem. E em vez disso, seus livros, algumas vezes, são tachados de “bobinhos” por quem nunca pegou um exemplar para ler nem sequer a sinopse. A Livraria Saraiva não me deixa mentir, já que coloca livros da coleção para Jovens adultos/Adultos na sessão de Literatura Infanto-Juvenil.
No entanto, desde que os best-sellers de Helen Fielding e Meg Cabot, O Diário de Bridget Jones e O Diário da Princesa, respectivamente, viraram sucesso no cinema em 2001, o preconceito com os "girlie books" está diminuindo. E provas não faltam. Em 2005, foi a vez de A Irmandade das Calças Viajantes, de Ann Brashares, invadir as telonas e, para completar, esse ano, chegou aos cinemas a versão cinematográfica de Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, de Sophie Kinsella. Isso tudo para não citar a febre que Sthephanie Meyer causou mundo afora com o mais do que bem-sucedido Crepúsculo. Nem mesmo a televisão ficou imune ao sucesso dessas autoras já que, desde 2007, o livro de Cecily von Ziegesar, Gossip Girl, é seriado de sucesso na Warner Channel.
Por que ler?
Um dos segredos para o sucesso desses livros é que, ao lê-los, sentimos que estamos folheando páginas da nossa própria vida. Afinal, as personagens principais não poderiam ter mais coisas em comum com a maioria das mulheres/meninas da vida real: são sonhadoras, consumistas, vivem se metendo em encrenca, mentem de vez em quando, têm inimigas, morrem de ciúmes, não são populares, pagam micos e, claro, sonham em encontrar o príncipe encantado.
Além disso, são histórias cheias de humor e que podem acontecer com qualquer uma de nós a qualquer momento. Os diálogos, sempre divertidos e perspicazes, são capazes de arrancar gargalhadas de verdade, assim como também têm o poder de nos fazer manchar as páginas do livro com lágrimas teimosas. É verdade que Meg Cabot, Sophie Kinsella, Helen Fielding, Ann Brashares, Gemma Townley, Cecily von Ziegesar e todas as outras autoras que se dedicam à árdua tarefa de escrever "girlie books" de sucesso não são nenhum Gay Talese ou Truman Capote da vida, mas quem disse que não podem ser garantia de uma ótima leitura?
Must read
1. Meg Cabot
2. Sophie Kinsella
3. Gemma Townley
4. Ann Brashares
5. Sarah Mason
Em tempo: O décimo e último volume da série O Diário da Princesa, intitulado Princesa para sempre, chega às livrarias brasileiras no dia 3 de agosto.
6 comentários:
Adooooooro!!!!!
A minha paixão por esses livros começou logo depois de assistir O diário de Bridget Jones e ter ganho o 2º livro da série em um concurso cultural... O diário da princesa foi indicação, depois vc já começa a se familiarizar com os autores e sabe identificar um bom livro do genero!!!
Sou capaz de passar horas conversando sobre cada um deles com a Nádia!!! rsrs
Adorei o txto, Ná... totalmente verdade!!!
Gostei do texto!
Não gosto das adaptações para o cinema, mas só quem leu pode dizer se os livros tem a ver com o filme.
Parabéns pelo Post!
Ronaldo, eu gosto muito da adaptação da Bridget Jones. É o único que prefiro o filme. Mas de resto, os livros são melhores. Ainda não vi o da Becky Bloom, mas já ouvi dizer que é aquela coisa "legal, mas o livro é melhor"
Beijo!
A minha relação com os girlie books começaram quando, no meu aniversário de 11 anos, eu ganhei o 1º volume do Diário da Princesa. Não sei como teria sobrevivido a adolescencia sem eles.
E vamos pra mais um...
Ai, confesso q tinha preconceito com os Girlie Books, mas depois do seu texto fiquei curiosa. Quero ler livro rosa!! Beijos, Nad!
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