Agora são 18h30 e o expediente acabou. Aqui na Paulista, coração da cidade de São Paulo, o trânsito está infernal, como sempre. Já virou rotina, nem tenho esperanças, tão pouco ânimo, de descer do alto de um dos tantos prédios e arriscar-me a tomar o caminho do lar.
Tanta gente, tanta buzina, carro, ônibus, moto. Tanta gente querendo encontrar um cantinho para avançar alguns metros. Parece um pouco inútil frente a tanto desencontro de caminhos, num excesso de vias tão discordantes.
Tem que haver outra opção... Na janela, o horizonte crepuscular é convidativo. Oferece-me a mão em um salto solto pelas nuvens e ventos, em piruetas pelo ar. Voar me aventurando em correntes de ar, túneis de vento, sinais de fumaça, faixas de aeronaves, vias de estrelas. Quem sabe até não sinalizo e descolo uma carona com um avião e... Terra, Terra, planeta Terra chamando. Toca o telefone. Eu ainda nem saí da redação.
Para voar não é preciso ter asas (ou tomar um Red Bull). Sentir-se segura nos ares da vida, sem medos das mudanças bruscas de temperatura, das frentes frias que virão sem prévio aviso, ou dos tufões e temporais de verão que chegam para lavar a poluição do peito e as lágrimas dos olhos.
Pego emprestada uma frase de um cara que está aqui, por essas bandas, fazendo um show pra pouca gente, mas que tem muito a falar pra todo mundo: “Em um mundo cheio de gente, somente algumas querem voar. Isso não é doido? (...)”.
Realmente, Seal, mas como você canta aos quatro cantos, “Nós nunca vamos sobreviver, ao menos que fiquemos um pouco loucos...”.
E o momento mais propício para tal libertação é exatamente hoje, agora, já. Sexta-feira pós expediente. Feche os olhos e atire-se.
Sinta o ar redentor de uma sexta à noite, eu sei (que você sabe) que agora tem aquela sensação estranha no ar, disfarçada num sorriso maroto, um impulso feito de alegria febril. Um pensamento que o convence de ter o mundo nas mãos.
Às 18h das sexta-feira a mascara cai, o pano desce e o tetro acaba, hora de fazer o espetáculo nos bastidores, unless...We get a little crazy....
2 comentários:
Let me fly like an eagle
to the sea
Fly like an eagle let that spirit carry me,
I wanna fly, oh yeah
Fly right into the future
EHhhhhhh eh Sra Buracoff...
Cá estou... Lendo seu post, e pensando nisso tudo.
Loko ler algo que se mistura com a triste realidade e com um sonho de voar... Até mesmo porque acaba se tornando um sonho querer arrumar a realidade em que vivemos... Muito dificil.
Fugindo um pouco do tópico, mas não muito, convido-a, para saltar de Asa delta na cidade maravilhosa... hahahah
Eu nao vou , mas a srta Marilia diz querer ir ...
Quem sabe nao está ai, parte da sua loucura se transformar em realidade!! :P (pra mim , ainda é loucura) hauihaiuah
Um forte , e um beijo
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